Mais uma indicação do potencial anticancerígeno
do açaí acaba de ser anunciada. Um grupo norte-americano publicou artigo no
Journal of Agricultural and Food Chemistry em que descreve como os antioxidantes
contidos no fruto originário da Amazônia conseguiram destruir células
cancerosas.
O estudo mostra que os extratos do açaí foram capazes de estimular a destruição
de até 86% das células de leucemia testadas. “O açaí é considerado uma
das mais ricas fontes de antioxidantes e esse estudo representa um importante
passo no sentido de entender os possíveis ganhos com o uso de bebidas,
suplementos dietéticos e outros produtos feitos com o fruto”, disse Stephen
Talcott, professor do Instituto de Ciências Alimentícias e Agrícolas da
Universidade na Flórida, em comunicado da instituição.
O
pesquisador ressalta que os resultados não significam que o fruto possa
prevenir leucemia em humanos. “Nós trabalhamos com um modelo de cultura
celular e não queremos dar falsas esperanças a ninguém. Mas os resultados
encontrados até o momento são encorajadores, pois compostos que mostram boas
atividades contra células cancerosas em modelos em laboratório têm potencial
para oferecer efeitos benéficos no organismo humano”, disse.
Talcott lembra também que estudos anteriores indicaram a capacidade de destruir
células cancerosas de antioxidantes contidos em outros frutos, como uvas,
goiabas e mangas. Segundo o pesquisador, ainda não se sabe muito bem quais são
os efeitos dos antioxidantes em tais células no organismo humano, uma vez que
fatores diversos como absorção de nutrientes, metabolismo e outros processos
bioquímicos podem influenciar a atividade dessas substâncias.
O grupo de Talcott está em meio a outro estudo, com conclusão prevista para
este ano, para investigar os efeitos dos antioxidantes do açaí, conhecido nos
Estados Unidos como “brazilian berry”, em voluntários saudáveis. A
pesquisa pretende determinar como esses componentes são absorvidos pelo sangue
e como eles afetam a pressão sangüínea, os níveis de colesterol
e outros
indicadores.
Os
pesquisadores pretendem também conhecer melhor o fruto amazônico, que estimam
ter pelo menos 75 componentes ainda não identificados. “Um dos motivos por
que conhecemos tão pouco a respeito do açaí tem a ver com o fato de ele ser
altamente perecível, sendo usado tradicionalmente logo após a colheita. Como
produtos feitos a partir do fruto processado existem há poucos anos, cientistas
de outros países ainda não tiverem muita oportunidade de estudá-lo”,
explica Talcott.
O cientista destaca ainda que muito tem se falado sobre as propriedades do açaí,
mas que a maioria delas não foi comprovada cientificamente. “Estamos apenas
começando a entender a complexidade do fruto e seus efeitos para a promoção
da saúde”, disse.
O grupo da Universidade da Flórida é um dos primeiros de fora do Brasil a
estudar o açaí. O fruto é produzido pela palmeira Euterpe oleracea, planta típica
de várzea.
Fonte: Carlos Fioravanti , Agencia Fapesp
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