Cálculo biliar é uma das doenças digestivas mais comuns. A maioria das pessoas com cálculo biliar não sabem que têm e não apresentam sintomas. Essas pessoas possuem cálculo biliar sem sintomas, ou silencioso. Algumas vezes o cálculo biliar causa dor abdominal ou nas costas. Esses são chamados cálculos biliares sintomáticos. Em casos raros, cálculo biliar pode causar sérios problemas de saúde.

O que é cálculo biliar

O cálculo biliar é composto de agrupamento de material sólido que se forma na vesícula biliar. O tipo mais comum é feito principalmente de colesterol. Cálculos biliares pode ocorrer como uma grande pedra ou várias pequenas pedras. Eles variam em tamanho e podem ser tão grandes como uma bola de golfe ou pequenos como um grão de areia.

Causas do cálculo biliar

Cálculos biliares se desenvolvem na vesícula biliar, um órgão pequeno em forma de pêra localizado atrás do fígado no lado direito do abdômen. A vesícula biliar armazena e libera bile no intestino para ajudar a digestão.

Bile é um líquido fabricado pelo fígado. Ele contém colesterol, água, sais biliares, gorduras, proteínas e bilirrubina (um pigmento da bile). Durante a digestão, a vesícula biliar se contrai para liberar bile no intestino, aonde ajuda a quebrar as gorduras. Bile também dissolve o excesso de colesterol.

De acordo com pesquisadores, pedras de colesterol podem se formar de várias formas, como:
* Quando a bile contém mais colesterol do que pode dissolver.
* Quando há muita bilirrubina ou outras substâncias na bile que fazem o colesterol formar cristais duros.
* Quando não há sais biliares suficientes para quebrar gordura.
* Quando a vesícula biliar não contrai e esvazia sua bile regularmente.

Sintomas do cálculo biliar

Alguns sintomas comuns de cálculos biliares incluem:
* Dor forte no abdômen superior que começa subitamente e dura de 30 minutos a muitas horas.
* Dor sob o ombro direito.
* Náusea ou vômito.
* Indigestão depois de comer alimentos ricos em gordura, como frituras.

A obesidade é um fator de risco para cálculo biliar?

A obesidade é um importante fator de risco para cálculo biliar, especialmente em mulheres. Pessoas obesas possuem maior probabilidade de ter cálculo biliar do que as que estão com o peso saudável. Obesidade em adultos pode ser definida usando o IMC, uma ferramenta que mede o peso em relação à altura. Um IMC entre 18,5 e 24,9 representa um peso saudável, entre 25 e 29,9 sobrepeso, e mais de 30 significa obesidade.

À medida que o IMC aumenta, o risco de desenvolver cálculo biliar também eleva. Estudos tem mostrado que o risco pode triplicar em mulheres que possuem IMC maior que 32 comparadas àquelas com IMC entre 24 e 25. O risco pode ser sete vezes maior em mulheres com IMC acima de 45 em comparação com as com menos de 24.

Pesquisas têm mostrado que pessoas obesas podem produzir altos níveis de colesterol. Isso ocasiona a produção de bile com mais colesterol do que pode dissolver. Quando isso acontece, pode se formar cálculo biliar. Pessoas com obesidade também possuem vesícula biliar maior que não se esvazia completamente.

As dietas para perda de peso são fator de risco para cálculo biliar?

Pessoas que estão obesas possuem maior probabilidade de desenvolver cálculos biliares do que as com peso saudável. O risco de desenvolver cálculo biliar também aumenta com dietas rápidas para perda de peso, ou emagrecimento muito grande. Perda de peso gradual pode diminuir o risco para cálculo biliar relacionado à obesidade. 

Emagrecimento rápido também pode fazer com que cálculo biliar silencioso (sem dor) fique sintomático. Estudos têm mostrado que pessoas que perdem mais de 1,5 kg por semana têm mais risco para cálculo biliar do que as que emagrecem mais lentamente.

Especialistas acreditam que dietas para emagrecimento causam mudança no equilíbrio de sais biliares e colesterol na vesícula biliar. O nível de colesterol aumenta e quantidade de sais biliares diminui. Seguir uma dieta com muito pouca gordura ou ficar sem comer por longos períodos, praticas comuns para quem faz dieta, também podem diminuir as contrações da vesícula biliar. Se a vesícula biliar não se contrair freqüentemente para esvaziar a bile, pode ocorrer a formação de cálculos biliares.

O efeito sanfona é fator de risco para cálculos biliares?

O efeito sanfona, que significa emagrecer e engordar seguidamente, pode elevar o risco para cálculo biliar, especialmente em pessoas que perdem e recuperam mais de 4,5 kg.

Como é possível emagrecer de forma segura e diminuir o risco para cálculos biliares?

É possível tomar várias medidas para diminuir o risco para cálculos biliares durante a perda de peso. Emagrecer gradualmente, ao invés de perder muito peso rapidamente, diminui o risco. Dependendo do seu peso ao começar o emagrecimento, especialistas recomendam emagrecer em uma taxa de 200 gramas a 1 kg por semana. Emagrecimento nessa taxa geralmente acontece até 6 meses. Depois de 6 meses a perda de peso geralmente declina e o peso se estabiliza porque o corpo mais leve gasta menos calorias (energia) para se manter.

Você também pode diminuir o risco para cálculos biliares associados ao efeito sanfona buscando uma perda de peso modesta que possa manter. Mesmo uma perda de peso de 5 a 10% do peso corporal durante um período de 6 meses ou mais pode melhorar a saúde de adultos obesos ou com sobrepeso.

As escolhas que faz na alimentação também podem afetar o risco para cálculo biliar. Especialistas recomendam incluir um pouco de gordura na dieta para estimular a vesícula biliar a contrair e esvaziar. As recomendações atuais indicam de 20 a 35% das calorias totais devem vir de gorduras. Estudos também têm mostrado que dietas ricas em fibras alimentares e cálcio podem reduzir o risco de desenvolvimento de cálculos biliares.

Finalmente, atividade física regular está relacionada com risco menor para cálculos biliares. Procure praticar aproximadamente 60 minutos de atividade física moderada a vigorosa na maioria dos dias da semana para controlar seu peso e prevenir ganho de peso. Para perda de peso sustentável, procure praticar pelo menos 60 a 90 minutos diários de atividade física de intensidade moderada.

Cirurgia para tratamento da obesidade é um fator de risco para cálculos biliares?

Cálculos biliares são comuns em pessoas que fazem cirurgia bariátrica para perder peso. Essa cirurgia reduz o tamanho do estômago ou cria atalho em partes do sistema digestivo, sendo um método de perda de peso para pessoas com IMC maior que 40. Esse procedimento também é uma opção para pessoas com IMC maior que 35 e condições médicas como diabetes e pressão alta. Especialistas estimam que em torno de 1/3 dos pacientes de cirurgia bariátrica desenvolvem cálculos biliares, os quais geralmente aparecem nos primeiros meses após a cirurgia.

Os benefícios da perda de peso superam os riscos de ter cálculos biliares?

Embora a perda de peso aumente o risco para cálculos biliares, obesidade é um risco maior para a saúde. Adicionalmente aos cálculos biliares, obesidade está relacionada a muito problemas de saúde sérios, como:
* Diabetes tipo 2.
* Pressão alta.
* Doença cardíaca.
* AVC.
* Certos tipos de câncer.
* Apnéia do sono.
* Osteoartrite.
* Fígado gorduroso.

Para pessoas obesas, perda de peso pode diminuir o risco de desenvolver uma dessas doenças. Mesmo um pequeno emagrecimento de 10% do peso corporal em um período de 6 meses pode melhorar a saúde e diminuir o risco de doenças. Adicionalmente, perda de peso pode trazer outros benefícios como melhorar o humor, aumentar a energia, e elevar a auto-estima.

Se você está pensando em começar um programa de dieta e atividade física para emagrecer, converse antes com seu médico.

Qual é o tratamento para cálculos biliares

Cálculos biliares silenciosos, que não apresentam sintomas, são geralmente deixados sem tratamento e algumas vezes desaparecem sozinhos. Já os cálculos biliares sintomáticos geralmente são tratados. O tratamento mais comum é uma cirurgia para remover a vesícula biliar. Essa operação é chamada colecistectomia. Em outros casos, tratamentos não cirúrgicos - medicamentos - são usados para dissolver os cálculos biliares. O médico poderá determinar qual a melhor opção de tratamento.

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Créditos:
Tradução: © 2012 Helio Augusto F. Fontes
Texto: Weight Control Information Network (WIN)