O que é cardiomiopatia?
A
cardiomiopatia é uma doença do músculo cardíaco, a qual tem uma variedade de
causas, sintomas e tratamentos. Na cardiomiopatia o músculo cardíaco fica
aumentado ou anormalmente rígido ou grosso. Em casos raros, o tecido muscular
no coração é substituído por um tecido cicatrizado.
À medida que a cardiomiopatia progride, o coração fica mais fraco e menos
capaz de bombear sangue através do corpo. Isso pode resultar em insuficiência
cardíaca, arritmias, acúmulo de fluidos nos pulmões ou pernas, e mais
raramente endocardite (uma infecção bacteriana do revestimento do coração). O
enfraquecimento do coração também ocasiona outras complicações severas. Os quatro principais tipos de
cardiomiopatia são: dilatada, hipertrófica, restritiva e displasia
arritmogênica do ventrículo direito.
A cardiomiopatia pode ter uma causa específica, como dano ao coração
decorrente de ataque cardíaco, pressão alta ou infecção viral. Alguns tipos
de cardiomiopatias são causados por mutação genética com ocorre dentro de
famílias. Em muitos casos a causa é desconhecida. Cardiomiopatia pode afetar pessoas de todas as idades, de bebês a idosos.
Porém, algumas faixas etárias são mais propensas a ter certos tipos de
cardiomiopatia.
Tipos
de cardiomiopatia
Cardiomiopatia
dilatada
O tipo mais comum de cardiomiopatia é a dilatada. Ela geralmente ocorre em
adultos de 20 a 60 anos de idade. Homens têm maior probabilidade de desenvolver
cardiomiopatia dilatada do que mulheres.
A
cardiomiopatia dilatada afeta os ventrículos e atrias. Os ventrículos são as
duas câmaras inferiores do coração e as atrias as duas câmaras superiores. A
cardiomiopatia geralmente começa no ventrículo esquerdo, onde o músculo
cardíaco começa a dilatar e ficar mais fino. Isso ocasiona alargamento do
interior do ventrículo. O problema geralmente alastra para o ventrículo
direito, e então para as atrias à medida que a doença piora.
Quando as câmaras ficam dilatadas, o coração não consegue bombear muito bem.
Então o coração tenta compensar dilatando as câmaras ainda mais. Com o
passar do tempo, o coração fica mais fraco e pode ocorrer insuficiência
cardíaca, cujos sintomas incluem sensação de
fraqueza, inchaço das pernas e pés, e falta de fôlego. A cardiomiopatia
dilatada também pode ocasionar problemas nas válvulas cardíacas, arritmias,
e coágulos no coração. Ter uma cardiomiopatia dilatada avançada é razão comum para precisar de transplante de coração.
Cardiomiopatia
hipertrófica
A cardiomiopatia hipertrófica pode afetar pessoas de todas as
idades e ocorre quando o músculo cardíaco engrossa
anormalmente. Esse engrossamento
acontece no ventrículo esquerdo. A cardiomiopatia hipertrófica pode ser
obstrutiva ou não-obstrutiva. No tipo obstrutivo a parede que separa os lados
direito e esquerdo do coração engrossa e salienta-se para o ventrículo esquerdo. Essa saliência bloqueia o fluxo de sangue para fora do
ventrículo.
Então, o ventrículo deve trabalhar mais fortemente para bombear sangue, de
modo que ele passe pela obstrução e vá para o corpo. Os sintomas da incluem
dor, tontura, perda de fôlego ou desmaio. A cardiomiopatia hipertrófica
obstrutiva também pode afetar a válvula mitral do coração, fazendo com que o
sangue vaze de volta para a válvula. Na
cardiomiopatia hipertrófica não-obstrutiva o músculo engrossado não bloqueia
o fluxo sanguíneo para fora do ventrículo. O ventrículo direito pode também
ser afetado.
Em
ambos os tipos de cardiomiopatia hipertrófica o músculo cardíaco engrossado
torna o interior do ventrículo esquerdo menor, de modo que ele retém menos
sangue. As paredes dos ventrículos também podem ficar duras, de modo que ficam
menos capazes de relaxar e se encher de sangue. Isso causa elevação de
pressão nos ventrículos e vasos sanguíneos dos pulmões. Também ocorrem
alterações nas células do músculo cardíaco danificado, o que pode
interferir nos sinais elétricos do coração ocasionando arritmia.
Algumas
pessoas com cardiomiopatia hipertrófica não apresentam sintomas. Outras tem
sintomas severos ou desenvolvem complicações como arritmia séria.
Cardiomiopatia hipertrófica pode ser herdada de um gene mutante ou desenvolvida
ao longo do tempo devido à pressão alta ou envelhecimento. Muitas vezes a
causa é desconhecida.
Cardiomiopatia
Restritiva
A
cardiomiopatia restritiva tende a afetar principalmente adultos mais velhos.
Nessa cardiomiopatia os ventrículos ficam tensos e rígidos devido à
substituição do músculo cardíaco normal por tecido anormal, como tecido
cicatrizado. Como resultado, os ventrículos não podem relaxar normalmente e expandir
para se encher de sangue, o que ocasiona o alargamento da atria.
Eventualmente, o fluxo sanguíneo no coração é reduzido, e ocorrem
complicações como insuficiência cardíaca ou arritmia. Cardiomiopatia restritiva pode
ocorrer sem razão conhecida, ou pode se desenvolver porque a pessoa tem outra
doença. A
cardiomiopatia restritiva também pode ser conseqüência de tratamentos com
radiação, infecções ou cicatrização depois de cirurgia.
Displasia
arritmogênica do ventrículo direito
A displasia
arritmogênica do ventrículo direito é um tipo raro de cardiomiopatia, que se
desenvolve quando o tecido muscular no ventrículo direito morre e é
substituído por tecido cicatrizado. Esse processo causa problemas na
sinalização elétrica do coração, resultando em arritmia. Os sintomas
incluem sensação de batimentos cardíacos fortes ou irregulares
(palpitações) e desmaio depois de exercício. Displasia
arritmogênica do ventrículo direito geralmente desenvolve-se em adolescentes
ou jovens, e freqüentemente causa morte por ataque cardíaco repentino em
jovens atletas. Acredita-se que displasia
arritmogênica do ventrículo direito seja uma doença hereditária.
Tratamento
da cardiomiopatia
Pessoas sem sintomas podem não necessitar de tratamento para
cardiomiopatia. Em alguns casos, a
cardiomiopatia dilatada que aparece repentinamente pode até desaparecer por si
mesma. Para outras pessoas com
cardiomiopatia o tratamento é necessário. Tratamentos específicos dependem do
tipo de
cardiomiopatia, gravidade dos sintomas e complicações, e idade e saúde geral
da pessoa.
Os
objetivos principais do tratamento são:
* Administrar qualquer condição que cause ou contribua para a
cardiomiopatia.
* Controlar os sintomas de modo que a pessoa possa ter vida mais normal
possível.
* Impedir que a doença piore.
* Reduzir as complicações e probabilidades de morte por ataque cardíaco.
O tratamento para cardiomiopatia pode envolver medicamentos, cirurgia,
procedimentos não cirúrgicos e mudanças no estilo de vida. As mudanças no
estilo de vida incluem parar de fumar, perder excesso de peso, comer dieta com
pouco sal, realizar exercícios físicos moderados, evitar o uso de álcool e
drogas, ter sono suficiente, reduzir o estresse e tratar condições que
provocam cardiomiopatia como diabetes e pressão alta.
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