Há muita propaganda
em hoje em dia de chás para emagrecer. Porém, existem estudos que indiquem que o chá emagrece realmente? O chá é uma das bebidas mais consumidas mundialmente. Por mais de 5.000 anos as pessoas vêm consumindo chás. Porém, faz apenas três décadas que pesquisadores estão estudando a ciência por trás dos supostos benefícios do chá à saúde e se ele pode ajudar a emagrecer.
Muitos cientistas em vários laboratórios estão
pesquisando a bioatividade dos componentes dos chás. Alguns pesquisadores estão estudando a relação entre o chá e metabolismo, a qual poderia ajudar no emagrecimento. Outros estão
pesquisando os efeitos do chá nos níveis de colesterol e glicose no sangue. Há ainda pesquisadores estudando o impacto do chá na capacidade das células do organismo suportarem o estresse oxidativo que provoca envelhecimento.
Diferentes tipos de chás
A planta Camellia sinensis é a fonte dos chás. Essa planta é processada de três diferentes formas para produzir os três tipos principais de chás conhecidos como verde, preto e oolong. Hoje em dia em torno de 75% do chá produzido no mundo é preto, 23% verde e 2% oolong.
Para alcançar a variedade de tipos de gostos, os fabricantes de chá controlam se as folhas de chá são expostas ou não ao ar e por quanto tempo, em um processo chamado fermentação. Quando não há fermentação o chá é verde. Quando a fermentação é longa, o chá é preto. Entre os dois extremos há o chá oolong.
Pelos séculos as plantas do chá têm crescido sob o sol, se protegendo contra os estressores fotossintéticos ao formar químicos conhecidos como polifenóis. Esse grupo de compostos úteis à saúde inclui os flavonóides, os quais são antioxidantes importantes que protegem o corpo dos efeitos degenerativos dos radicais livres.
Metabolismo e chás para emagrecer
O fisiologista William Rumpler está investigando a crença chinesa ancestral de que o chá oolong é eficiente para emagrecer e controlar o peso corporal. Para medir como o chá influencia o gasto energético, Rumpler e colegas deram a 12 voluntários 4 fórmulas de bebidas por 3 dias consecutivos. Antes do estudo os voluntários pararam de ingerir cafeína e tiveram seu gasto energético de 24 horas medido. O gasto energético foi medido novamente no terceiro dia de tratamento com cada fórmula de bebida, que eram chá, água colorida com quantidade de cafeína igual ao chá, chá em meia dose, e água colorida.
Os resultados mostraram que o gasto energético dos voluntários foi em torno de 3% maior naqueles que beberam o chá ou a água cafeinada em relação à água colorida. Em média os voluntários queimaram 67 calorias adicionais por dia quando beberam chá ao invés da quantidade igual de água. Talvez o mais interessante foi que a oxidação de gorduras foi 12% maior com o consumo de chá em relação ao de água.
“Os dados sugerem que um componente do chá além da cafeína poderia promover a uso preferencial de gordura como fonte de energia!, diz Beverly Clevidence co-autor do estudo, “porém são necessários mais estudos para confirmar isso”.
É aceito que a cafeína contida no chá eleva a taxa metabólica, uma vez que ela é um estimulante. “porém a parte interessante do estudo é que quando se bebe chá usa-se mais gordura como fonte de energia do que quando bebe água cafeinada”, diz Rumpler.
“Evidência empírica ao longo do tempo, particularmente na China, sugere relação entre o consumo de chá verde e emagrecimento”, diz Rumpler, “mas até ser feito um estudo realmente esclarecedor no qual ficou provado humanos que beberam chá verde emagreceram não podemos dizer que ele faz emagrecer. O que podemos dizer é que o chá pode elevar as taxas metabólicas e
aumentar a oxidação de gorduras, duas coisas que podem ajudar a emagrecer.”
Chá verde para emagrecer e catequinas
O chá verde, consumido amplamente no extremo oriente, contém cafeína e compostos polifenóis conhecidos com catequinas. O composto catequina mais comum no chá verde é o EGCG, o qual tem sido sugerido ser responsável por benefícios potenciais à saúde do consumo a longo prazo de chá verde.
Uma equipe de cientistas da “University of Medicine and Dentistry of New Jersey” descobriu que o tratamento a longo prazo com EGCG reverteu desordens médicas induzidas por dieta rica em gordura em ratos de laboratório. No estudo, ratos foram alimentados com uma dieta contendo 60% de energia como gordura por 16 semanas, depois das quais os ratos tomaram EGCG por mais 16 semanas. Os ratos tratados com EGCG ficaram mais magros, diminuíram a resistência à insulina e abaixaram o colesterol no plasma em relação ao que não receberam tratamento. O tratamento com EGCG também diminuiu o peso do fígado e triglicerídeos nesse órgão.
Em outro experimento, ratos obesos receberam tratamento com EGCG por 4 semanas. Esses ratos tiveram diminuição na gordura corporal e glicose no sangue comparados ao grupo de controle sem tratamento.
Esses resultados indicam que doses fisiologicamente relevantes de EGCG encontrado no chá verde podem mitigar o desenvolvimento de obesidade, sintomas de síndrome metabólica e acúmulo de gordura no fígado. Estudos posteriores são necessários em humanos para determinar se o chá verde ajuda a emagrecer ou se o EGCG pode ser usado para prevenir o aparecimento da obesidade.
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