A idade é menos bondosa para alguns de nós do que para outros.
Reuniões com colegas do tempo do colégio geralmente ilustram isso
dramaticamente. Entre corredores, o declínio na performance aflige alguns
logo após os trinta anos, enquanto outros (notavelmente Carlos Lopes que
venceu a Maratona Olímpica de 1984 aos 27 anos, e depois correu 2:07:12
na idade de 38), mantém seus melhores resultados por muito mais tempo.
Porém,
o Pai Tempo eventualmente alcança todos. Numa análise de 1993 das
melhores performances de corredores americanos de longa distância, Dr. Michael Joyner
descobriu que dos 35 até os 55 anos de idade, o tempo da corrida aumenta
em torno de 6% por década para homens e 9% por década para mulheres. A
diferença entre sexos é provavelmente relacionada a fatores culturais,
incluindo o menor número de corredoras competitivas depois dos 40 anos de
idade, e as restritas oportunidades de exercício para as mulheres
americanas antes da emenda educacional de 1972. Dr.
Joyner descobriu que os tempos nas corridas aumentam mais rapidamente
depois dos 55 anos de idade. Por que? Novamente não sabemos o quanto isso
é
devido à fisiologia e o quanto é relacionado a fatores culturais. Poucos
corredores veteranos treinam de forma contínua desde a juventude, ou fazem
treinos na mesma intensidade e duração que atletas de elite mais jovens.
Além disso, corredores veteranos tiveram mais tempo para acumular efeitos
de lesões que cobram seu tributo. Portanto, uma parte da queda de
performance entre corredores veteranos é provavelmente devido à menor
quantidade de talentos treinando sério. À medida que mais corredores
continuem a treinar e competir depois dos 60 e 70 anos de idade, as
performances nessas faixas etárias deve melhorar de forma correspondente,
revelando os efeitos da fisiologia.
Fatores
fisiológicos Os
três fatores fisiológico que melhor predizem a performance na corrida de
longa distância são VO2 máximo, economia de corrida e limiar de
lactato.
Entre os colegas sedentários, o VO2 máximo diminui em torno de 10% por
década. As razões possíveis para esse declínio incluem queda na freqüência
cardíaca máxima, menos sangue bombeada a cada contração, massa
muscular reduzida e menor habilidade dos músculos em utilizarem
oxigênio. Porém, cada um desses fatores pode estar mais relacionado à
inatividade do que à programação genética.
Estudos
com corredores têm encontrado quedas bem menores no VO2 máximo com a idade. Dr.
M.L. Pollock descobriu que atletas de pista veteranos que mantêm a
intensidade do treinamento não tiveram queda significativa no VO2 máximo
durante um período de 10 anos. Antes da Olimpíada de 1968, Jack
Daniels, Ph.D. e colegas testaram 26 dos melhores corredores de fundo nos
Estados Unidos. Esses corredores retornaram ao laboratório 25 anos depois
para um acompanhamento afim de verificar como sua fisiologia mudou. O VO2
máximo absoluto declinou em 14% nos atletas que ainda corriam, comparado
com 24% de queda nos que pararam de treinar. Quando analisado
relativamente ao peso corporal, a diferença entre os que mantiveram-se em
forma com os que pararam foi ainda maior. Esses resultados sugerem que
grande parte do declínio no VO2 máximo, tipicamente visto com a idade,
está relacionado à inatividade.
De
forma surpreendente, o freqüência cardíaca máxima nos estudados
declinou apenas 2 batimentos por minuto durante esses 25 anos. Esses
resultados vão contra as fórmulas geralmente usadas para estimar a freqüência
cardíaca máxima baseando-se na idade, e sugerem que o declínio com o
tempo pode estar relacionado ao estilo de vida. Corredores
veteranos podem, de fato, ter algumas vantagens sobre a turma mais jovem
devido à maior história de treinamento. De acordo com Don Morgan, Ph.D.,
que conduziu um grande número de estudos sobre a economia de corrida, o
fator mais importante para melhorar a economia deve ser o número de anos
de corrida, ao invés dos treinos específicos que você faz. Outra
vantagem é que, quanto mais anos de treinamento de resistência, mais os
seu limiar de lactato tende a aproximar-se do VO2 máximo. Isso porque as adaptações nos músculos trabalhados, como mais capilares e
mitocôndrias, continua a acontecer por muitos anos. Coitada da garotada
de 20 anos que está treinando por apenas alguns anos!
Estilo
de vida e o tecido cicatrizado À
medida que os corredores aproximam-se dos 40 anos, fatores como cônjuge,
crianças, dívidas, e carreira profissional tendem a invadir o estilo de
vida de atleta. Desde que ingressei na categoria de Masters, descobri que
o treinamento gradualmente escorregou na minha lista de prioridades. Uma
parte da perda de velocidade observada com a idade, desta forma, sem dúvida
foi devida à inabilidade de focalizar as energias no treinamento e
competição. Embora você possa estar treinando o mais forte que possa,
é o contexto de tudo o mais que está acontecendo na sua vida.
Além
disso, embora a mente possa ainda querer, e o coração e pulmões sejam
capazes, depois de anos de abuso nossos músculos e tendões podem não
mais agüentar a ruptura e cicatrização do treinamento de alto nível. A
longo prazo, o tecido cicatrizado já deu o máximo para muitos
corredores. Nos anos 80, o neozelandês John Campbell
correu uma série de corridas fenomenais entre 38 e 42 anos de idade,
incluindo uma maratona em 2:11:04 aos 41 anos. Uma examinada mais
cuidadosa da carreira de John como corredor joga uma luz interessante
sobre a sua performance. Depois de um começo promissor como jovem
corredor, John ficou em torno de 13 anos afastado antes de retornar aos 36
anos de idade. Desta forma, aos 40 anos as pernas de John
tinham o efeito cumulativo de ruptura e cicatrização do tecido de uma
pessoa muito mais jovem. Você
correrá mais lentamente na idade de 70 anos do que na de 30? Sem dúvida.
Porém o tempo e taxa na qual você perderá velocidade não está
totalmente baseada na genética. Não sabemos qual a taxa do declínio na
performance da corrida que é devida às alterações fisiológicas e qual é
devida às mudanças de prioridades, pequeno número de atletas veteranos e
efeito cumulativo de lesões. Porém, está acumulando-se evidência de
que a a função fisiológica associada ao envelhecimento
pode ser
reduzida substancialmente através do treinamento.
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