Criança não é adulto em miniatura para fazer musculação
Treinamento de força para crianças

Criança Ativa - CDC/ Amanda Mills

Já vimos que o ser humano primeiro engatinha, começa a se levantar, anda, corre e depois conjuga os mais incríveis movimentos. Sendo assim, as atividades motoras mais variadas que desenvolvem a coordenação motora são as mais importantes na fase de descoberta do próprio corpo. 

A criança aos 5/6 anos atinge 90 a 95% do cérebro adulto enquanto o crescimento geral do corpo não atingiu nem a metade que ocorre pelos chamados "surtos" de crescimento. Nos primeiros dois anos, as crianças praticamente dobram sua altura, depois aos seis, crescem mais gradualmente quando aos sete ocorre um breve aumento da estatura chamado pelos especialistas em de "surto dos sete anos". É finalmente, na puberdade, que o ser humano define sua altura, último e definitivo impulso. A atividade física não competitiva, na justa medida durante a infância, entre outros benefícios, estimula a liberação hormonal e por conseqüência, o crescimento. 

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Um dos fatores mais importantes é deixar as crianças escolherem a modalidade esportiva, mas para isso é preciso criar oportunidade de conhecerem as atividades. O treinamento delas deve ser de forma lúdica do jeito que elas brincam. O pique - esconde, por exemplo, nada mais é do que um intervalado sem, no entanto elas mesmas perceberem. Quando cansam param determinando naturalmente o intervalo para descanso. Crianças têm baixa concentração de lactato, fator limitante dos treinamentos anaeróbios sistemáticos. 

A produção da testosterona, hormônio ligado à força muscular, só começa a ser significativa na adolescência, razão teórica para o desaconselhamento de exercícios de força na primeira e segunda infância. Além disso, elas têm débito cardíaco, volume sangüíneo e concentração de hemoglobina menor. Alguns estudiosos concordam com essa variação dos níveis de lactato durante as diversas faixas etárias que tem tudo a ver com o treino de força: Aos três anos 1,8 mmoles, cinco anos 2,0 mmoles, sete anos 7 mmoles até atingir os 16 a 18 mmoles por volta dos 25 anos de idade.

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Ao estimular ou submeter crianças a treinamentos sistemáticos deve-se prestar atenção que elas possuem menores capacidades de percepção ao esforço, calor, hidratação e etc. Por si só, já são boas razões para evitar esforços exagerados porque não são miniaturas de adulto e assim sendo o treinamento não se baseia nessa relação e sim no bom senso profissional.

A elaboração de programas de treinamento para crianças, quando absolutamente necessário, deve desenvolver o equilíbrio muscular, arco de movimento completo, não provocar desconforto ou dor. A execução e técnica dos movimentos refinados deve ser a mais correta possível e a escolha da atividade partir da própria criança.

Na adolescência, os melhores métodos no desenvolvimento da força, a princípio, são o alternado por segmento e o duplo recrutamento. Enquanto persistir a fase de crescimento deve-se evitar as sobrecargas longitudinais que é o sentido de crescimento ósseo mais importante, mas tudo deve seguir a ordem da conjugação do conhecimento com o bom senso. Alguns médicos alegam, e de certa forma se apressam em condenar, certas atividades ditas de impacto advogando que as cartilagens e as cabeças dos ossos longos (epífises), sendo as partes mais vulneráveis do esqueleto possam sofrer lesão ocasionando a parada no crescimento. Entretanto, não existem registros médicos e ou científicos suficientes para se afirmar isso. Quase sempre se referem e condenam a musculação. Entretanto, outras atividades talvez com mais impacto ainda, tais como o futebol, o vôlei, o basquete e os movimentos envolvendo saltos, a criança pratica sem problema nenhum. 

De mais a mais, as proporções corporais, os braços de alavancas e a força relativa de um corpo em desenvolvimento não podem ser comparados ao do adulto. Portanto, deve-se ter muito cuidado ao afirmar que determinadas modalidades não são compatíveis com a criança ou a determinadas idades. Por vezes aparecem certas reportagens na televisão mostrando crianças que correm longas distâncias, levantam pesos e/ou fazem coisas extraordinárias. São casos isolados e pontos fora da curva e não podem ser levados como verdade absoluta como ponto de referência para todo mundo. O mais importante é que o profissional responsável por treinamento infantil tenha experiência, conhecimento e bom senso.

Cartas para: lcmoraes@compuland.com.br - Luiz Carlos de Moraes CREF1 RJ 003529

Para Refletir: As crianças resolvem seus problemas sociais com muita facilidade. Brigam, ficam de bem. Brincam, se organizam, criam na hora regras de jogo e todas acatam. Não nascem preconceituosas. Porque não aprendemos com elas? Moraes 2008.

Sobre a Ética: "A pobreza não é, necessariamente, vergonhosa. Há muito pobre sem vergonha." Millor Fernandes.

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