Dor Muscular nem sempre é ruim - Parte I

Qualquer pessoa que resolva fazer uma atividade física, seja ela qual for já sentiu e vai sentir sempre dor muscular especialmente os corredores que quando não a sentem até acham não estarem evoluindo ou não estão fazendo nada. São adeptos ao velho adágio popular “sem dor não há vitória” e não deixam, até certo ponto, de ter razão porque a dor nem sempre é ruim.

Podemos a grosso modo classificar as dores musculares em três níveis como se fosse uma Escala de Borg: Aquela dorzinha gostosa generalizada depois de uma corrida que não impede os movimentos, a que impede parcialmente perdendo flexibilidade e capacidade de gerar força mas ainda assim permite continuar andando e a aguda que nos deixa mancando e impedido de fazer o movimento normal.

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A primeira geralmente não traz nenhuma conseqüência e não impede a continuidade do treinamento desde que seja leve no dia seguinte. A segunda, no dia seguinte é bom prestar bem atenção se ela melhorou, piorou ou permaneceu estável. Para essa dor pode ser necessário um descanso maior. Se você é daqueles que não deixam de treinar de jeito nenhum observe se a dor permanece. Se piorar logo nos primeiros quilômetros, por mais que lhe custe pare imediatamente. A terceira deve receber atenção diferenciada porque pode ser uma lesão leve e evoluir para grave se insistir em treinar por teimosia.

Apesar de desconhecida a verdadeira causa, a dor chamada pelos fisiologistas de Dor Muscular Tardia, depende quase que diretamente da intensidade, duração de esforço e do tipo de exercício realizado embora a intensidade seja uma causa mais importante que a duração. De qualquer forma pode estar relacionada a micro traumatismos seguido de inflamação aguda das fibras musculares, estiramento excessivo do tecido conjuntivo do músculo, alteração no mecanismo celular de entrada e saída de cálcio ou vários fatores conjugados. Dificilmente tem única origem.

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Embora os iniciantes assim como os idosos estejam mais sujeitos, qualquer pessoa que resolva fazer uma atividade para a qual não esteja acostumada poderá ser surpreendida com as dores musculares nas primeiras 24/48 horas seguintes à atividade que não deixa de ser uma adaptação normal do organismo. Corredores que não mantém regularidade no treinamento e quando treinam resolvem recuperar o tempo perdido são sérios candidatos a dores seguidas de lesões. É preferível treinar três vezes por semana a intervalos regulares do que numa semana treinar seis dias, na outra dois e na outra nenhuma.

É preciso estar atento às formas de aliviar as dores. O famoso "gelol" e outros produtos similares são apenas um paliativo não atuando na causa. Se a atividade que gerou a dor foi bem planejada, uma atividade física mais leve no dia seguinte serve para ajudar o processo de adaptação muscular às novas exigências do treinamento. Porém, se as dores musculares forem muito intensas o gelo e repouso quase sempre são opções melhores. Qualquer exigência a mais da musculatura, os micro traumatismos das fibras musculares vêm acompanhados de derramamento de líquidos entre as fibras, até certo ponto uma reação normal de defesa do organismo. O gelo além de aliviar a dor, provoca uma diminuição na concentração desses líquidos num processo conhecido por vasoconstrição. Em competições feitas por baterias eliminatórias no mesmo dia, como por exemplo os 100 metros rasos, ou provas longas de revezamento como o recente Desafio Nike 600 km, após cada etapa os corredores mergulham as pernas em barril cheio de água gelada a fim de evitar dor muscular que possam prejudicar a bateria seguinte procedimento conhecido como crioterapia. Quem pode depois de um treino mais longo ou mais puxado deve mergulhar as pernas numa piscina com água fria ou quem treina na beira da praia deve aproveitar para ficar andando na beira do mar com água pela cintura ou mesmo nadar um pouco. Isso faz muito bem. Quem não tem nada disso e gosta de tomar banho quente deve fazer um sacrifício de, no final do banho ligar o chuveirinho e banhar as pernas com água fria. Quanto mais fria melhor. A pior atitude nesses casos é aplicar calor provocando uma vasodilatação aumentando a circulação de sangue e líquidos na região retardando a recuperação do tecido muscular. Outra grande aliada à recuperação muscular é a hidroginástica que traz ótimos resultados de relaxamento. Sobre isso a gente fala na próxima semana. Combinado?

Cartas para: lcmoraes@compuland.com.br

Para Refletir: Fazer o bem às pessoas com “segundas” intenções não tem valor nenhum. Não garante uma vaga no céu. Moraes 2009.
Sobre a Ética: Todo mundo pelo menos uma vez na vida tem a chance de ser uma pessoa melhor, mesmo o pior dos seres humanos. Moraes 2009.

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Créditos:
Texto copyright © 2009 por Luiz Carlos de Moraes CREF/1 RJ 003529
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