Academia de ginástica é nada mais nada menos do que o retrato da sociedade e por isso mesmo é nela que encontramos os mais diversos tipos tais como as socialites, os gostosões, as peruas, os burgueses, os fofoqueiros e fofoqueiras, os metidos a machões, os tímidos, os desinibidos, os maníacos e porque não dizer também os chatos mal educados. Como todo lugar público deve haver normas de conduta determinada pela direção porque esperar pelo bom senso por vezes fica muito difícil.
Tem o cara que se mete na série de todo mundo se achando o mais entendido. Se for mulher então, lá vai ele de peito estufado dar palpite na série dela. Existem formas mais educadas e sutis para começar um bom papo com uma mulher se é isso o pretendido. A maioria delas não gosta desse tipo de sujeito confiado. Geralmente elas são as mais fiéis às orientações do professor.
Tem o sujeito que não sabe o número certo das suas roupas comprando sempre um ou dois números menores para destacar os músculos que ainda não tem. Nessa linha de pensamento não é difícil encontrar aqueles barulhentos na hora de levantar peso que não passa de pesinho. Pelos berros parece que estão pegando “duzentos quilos”. E não é só isso. Muitos deles ao terminar uma série deixam todo o material usado largado. Quem quiser que arrume! Durante a execução dos exercícios querem monopolizar o aparelho e isso não deixa de ser uma forma de prender a atenção de todos que estão ali inevitavelmente olhando para ele esperando a vez. Claro! Não sai dali sem antes dar uma espiadela no espelho para ver se o peitoral ou o bíceps cresceu e ainda deixou o aparelho todo suado e nojento. Isso quando não fica desfilando pela academia, sem a menor necessidade, com o cinto abdominal destinado somente aos fisiculturistas. Na roda de amigos o assunto é um só. Ele!
Bom, o professor está lá para orientar, mas esse tipo nunca dá ouvido e acaba sempre aumentando o peso por conta própria. Geralmente são os que se machucam primeiro. Quando não estão fazendo nada sentam num aparelho jogando conversa fora que mais atrapalha do que ajuda.
Nem “oito nem oitenta”. Tem o aluno que parece um desmemoriado. Pergunta a mesma coisa todo dia.
Também não posso deixar de falar nas mulheres. Nada parece incomodar mais as outras do que aquela que só fala do filho ou dos serviços domésticos.
Claro, em todo lugar tem as “peruas”, na academia também tem com seus comportamentos exagerados com suas bolsas, cabelo, sapato e tudo o mais, bem espalhafatoso. Geralmente são as mais divertidas, de bem com a vida e não incomodam ninguém. O problema é de quem ignorá-las.
Também tem as socialites sempre presentes nas colunas sociais nem sempre peruas, mas precisam aparecer. Fazer exercício mesmo pode não ser o seu forte, mas se não for notada é o fim dos tempos.
Infelizmente existem as de relacionamento difícil que chega à academia cheia de pose, largam o carro em qualquer lugar, fala com os empregados da academia como se fosse a patroa atrasa a mensalidade e se for cobrada, vira bicho!
E as superprotetoras dos seus filhinhos? Tem pai que também é assim. Nas competições se o filho não ganha o culpado é o professor. Geralmente são pais que não dão o menor exemplo de hábitos de vida saudável. Muitos fumam, são sedentários e obesos.
As academias que tem luta não ficam atrás. Nada pior do que aturar sujeito fedorento e de quimono sujo. Claro, isso só acontece com academias não credenciadas até porque esse tipo de situação vai contra a própria filosofia das artes marciais. Todo aluno de qualquer graduação tem que se apresentar limpo, uniformizado, respeitar a hierarquia e o adversário. Se não, amanhã não terá com quem treinar.
Tudo isso é, de certa forma fácil de contornar. Basta que a direção da academia estabeleça normas de conduta onde todos devem cumprir e fazer cumprir, começando por toda a equipe de profissionais desde a secretária, passando pelos manobristas e faxineiros até os professores. Todo mundo, pelo menos a maioria, no fundo gosta de casa limpa, arrumada e organizada onde todos cumprem as regras estabelecidas convivendo pacificamente. Cada um acaba procurando a sua “tribo”. O sujeito que foge dos padrões normais das regras sociais procura academia desorganizada para fazer o que “der na telha”. Pior é que sempre acha uma!
Cartas para:
lcmoraes@compuland.com.br - Luiz Carlos de Moraes CREF1 RJ 003529
Para Refletir: Feliz todo mundo quer ser, mas felicidade implica em estar ocupado com coisas prazerosas, amar, ser amado e não atrapalhar a vida dos outros. Quem não tem o que fazer deliberadamente corta todas as chances de ser feliz. Moraes 2009.
Sobre a Ética: Qualquer virtude deve ser colocada em prática para ser testada e julgada pela sociedade. Se não gerar um bem para a humanidade não é virtude. Moraes 2009.
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