Hora de estudar: como ajudar seu filho nos trabalhos de casa

Criança estudando com o pai - NIH

Fazer a criança sentar, concentrar e aprender o trabalho de casa é um problema há gerações. Atualmente os pais enfrentam desafios adicionais por causa dos aparelhos celulares e distrações da Internet. Há muitas coisas que podem desviar a atenção do seu filho para o trabalho escolar a ser feito. Como você pode ajudá-lo a se concentrar e ter bom desempenho?

Cientistas de agências norte-americanas estão tentando descobrir algumas respostas estudando como as crianças aprendem, memorizam e pensam. Eles descobriram que as crianças têm maior probabilidade de aprender quando seus familiares ativamente fornecem suporte. Ler com seu filho, conversar com seus professores, participar das atividades relacionadas à escola e ajudar com o trabalho de casa podem dar tremenda vantagem à criança.

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“Há muitas formas dos pais ajudarem seus filhos a estudarem”, diz Dra. Janet Metcalfe, psicóloga na Universidade de Columbia. Um estudo conduzido por ela mostrou que crianças de 7 a 10 anos são tão boas quanto estudantes universitários em reconhecer o que sabem e o que não. Porém, diferente dos universitários, as crianças frequentemente tem problema em escolher as coisas certas para estudar.

“Universitários geralmente não querem estudar coisas que já dominam e as que são extremamente difíceis. Eles escolhem o que está entre esses dois extremos”, diz Dra. Metcalfe. “É a melhor forma de aprender”.

Já as crianças, quando dada opção, frequentemente escolhem estudar coisas que já sabem. Elas dizem: “quero estudar isso, conheço isso, gosto disso”. Porém isso não ajudará no aprendizado. Ao invés, elas deveriam estudar coisas que estão logo acima do que já sabem. Elas precisam escolher estudar o que não é tão fácil, nem tão difícil.

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Os pais podem ajudar guiando seus filhos pequenos para se concentrarem em conceitos e trabalhos de casa que estão um pouco acima do que já sabem.

Pesquisas mostram que a maioria das pessoas lembram melhor quando encontram as respostas por si mesmas, como por exemplo com jogos, comparado quando elas simplesmente lêem ou escutam uma aula. “Crianças aprendem melhor quando geram as respostas por elas mesmas”, Dra. Metcalfe. “Você pode ficar tentado a dar as respostas ao seu filho, mas seja paciente. Espere que ele venha com alguma resposta por si mesmo, mesmo que demore um pouco”. Dra. Metcalfe acrescenta que pode-se dar dicas caso a criança esteja enrolada.

Caso o trabalho de casa venha com as respostas às perguntas, cubra as respostas de modo que seu filho desenvolva as soluções por si mesmo. “De outra forma ele poderá cair na ilusão que já sabia as respostas, quando a realidade não era essa”, explica Dra. Metcalfe.

Outra técnica eficiente envolve esperar por alguns dias ou semanas entre as sessões de estudo. As sessões de revisão relativamente pequenas e espaçadas podem melhorar significativamente a memória. “Você aprenderá muito melhor a longo prazo estudando em torno de 20 minutos diariamente durante vários dias do que gastando uma hora e meia no dia anterior ao teste”, explica Dra. Metcalfe.

Um estudo recente com mais de mil estudantes mostrou que maiores espaços entre as sessões de revisão podem gerar melhores lembranças dos fatos por períodos maiores de tempo. Essa pesquisa, patrocinada pelo Departamento de Educação dos Estados Unidos, descobriu que o espaço ideal entre o aprendizado inicial e a revisão depende do tempo que quer lembrar do material. Por exemplo, se o teste for em uma semana, é melhor rever a informação no dia seguinte ao primeiro aprendizado. Já se o teste for daqui a um mês, é melhor fazer a revisão uma semana depois do aprendizado. Os pais devem encorajar seus filhos a estudar em menores doses e não esperar até a última hora.

Outra forma que os pais podem ajudar é remover as distrações durante o estudo. Crianças podem achar que podem aprender e fazer os trabalhos de casa enquanto trocam mensagens com amigos, escutam música ou assistem TV. Porém, as pesquisas mostram outra coisa. “Muitos estudos têm mostrado que se você estiver desempenhando 2 ou mais tarefas, maior será a quantidade de erros que comete, e as realizará mais devagar”, diz Dr. Jordan Grafman, neurocientista do National Institutes of Health (NIH).

Alguns estudos têm mostrado que as pessoas podem ficar melhores em desempenhar várias tarefas ao mesmo tempo quanto mais fizerem isso. Porém, essas melhoras estão limitadas a tarefas fáceis e superficiais, realizadas tão frequentemente que se tornam rotina. “Qualquer forma de raciocínio profundo, criativo ou inventivo não se desenvolve desempenhando várias tarefas ao mesmo tempo”, diz Dr. Jordan Grafman.

Dr. Grafman e colegas usaram a ressonância magnética para identificar as regiões do cérebro importantes para multitarefas. “Elas incluíram o lobo frontal, uma das áreas mais evoluídas do cérebro humano e uma das últimas a amadurecer, frequentemente depois dos 20 anos de idade”.

Dr. Grafman comenta que muitos dos aparelhos que provocam distração e sites preferidos pelos estudantes fornecem prazer instantâneo, de modo que pode ser difícil para as crianças ignorar.

“É importante fazer as crianças se engajarem em atividades quando são forçadas a desligar seus aparelhos e ter um tempo de quietude”, diz Dr. Grafman. “Sente na margem de um rio ou caminhe pelo bosque, mas deixe os aparelhos em casa. Isso faz as crianças aprenderem como pensar nas coisas e ficarão mais engajadas. Pode ser difícil, especialmente com adolescentes, mas vale o esforço”, explica Dr. Grafman.

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Créditos:
Tradução: copyright © 2014 por Helio Augusto Ferreira Fontes
Texto: NIH - National Institutes of Health