Ginástica Localizada

Ao entrarmos na primavera as academias se preparam para receber um público maior já de olho no verão.

As opções e novidades são muitas porém as mais antigas não perdem a tradição como a musculação e a ginástica localizada que no Brasil vem dos anos 30 no Rio de Janeiro.

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A primeira academia que se tem notícia surgiu na rua Duvivier em Copacabana conforme relata Novaes (1996).

Quem é da área de Educação Física, mesmo não gostando de história da profissão, pelo menos algum dia já ouviu falar em ginástica sueca, um grande trampolim para o que se conhece hoje. Per Henrik Ling (1766-1839) levou para a Suécia as idéias do alemão Guts Muths após contato com o instituto de Nachtegall. Ling dividia sua ginástica em quatro partes: a pedagógica - voltada para a saúde evitando vícios posturais e doenças, a militar incluindo o tiro e a esgrima, a médica baseada na pedagógica evitando também as doenças e a estética preocupada com a graça do corpo que parece imperar até hoje. Alguns fundamentos ideológicos de Ling ainda valem tais como o desenvolvimento harmônico e racional, a progressão pedagógica da ginástica e o estado de alegria que deve imperar uma aula. Claro, isso depende do austral e o carisma do profissional.

A ginástica localizada parece evoluir por década. Nos anos 60 e 70 recebia a influência da Calistenia, do grego Kallos (belo), Sthenos (força) acrescentado o sufixo "ia", Marinho (1980). Nos anos 80 foi a vez da Ginástica Aeróbica de Alto Impacto invadir as academias com músicas e coreografias alucinantes. O ímpeto mais a falta de conhecimento da época levou muitos praticantes a microlesões. Substituída pela de Baixo Impacto ainda no final da década de 80 também não emplacou por muito tempo porque na década de 90 veio o step evitando os erros do passado.

Hoje, a localizada segue a fundamentação teórica da musculação e não dá para fugir disso, apesar da tentativa de monopolização do treinamento e ou metodologia da Educação Física pelos programas prontos do Body Systems acompanhado de um Marketing muito forte. É preciso estar atento a isso porque o profissional de Educação Física brasileiro, até prova em contrário, é infinitamente mais criativo que os estrangeiros em face da heterogenia dos alunos freqüentadores de academia. Uma variável até de bairro para bairro obrigando uma adaptação constante.

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Bom, a ginástica localizada "de todos" segue alguns princípios e progressão pedagógica para não virar uma salada de exercícios. Para isso, ela, como qualquer atividade, tem plano de aula visando os objetivos a serem alcançados, as valências físicas a serem desenvolvidas, os grupamentos musculares a serem trabalhados, quais acessórios serão utilizados e trilha sonora com BPM musical bem escolhido. Isso dá trabalho e quem não quer tê-lo, das duas uma. Pode recorrer às fórmulas prontas ou vai ministrar uma aula de ginástica localizada muito ruim sem princípio, meio e fim.

As vantagens da localizada são muitas, entre elas a de se poder desenvolver os grupos musculares de forma harmoniosa. Quando se usa peso livre dificilmente conseguimos isolar um grupo muscular porque os chamados sinergistas e auxiliares precisarão estar envolvidos exercendo as suas funções.

Outra vantagem é de poder atender a vários objetivos dos clientes tanto os que procuram a atividade para emagrecer, desenvolver força, resistência muscular localizada ou simplesmente atender aos apelos estéticos do momento.

Para a galera sempre preocupada com as calorias, o gasto médio feito com o uso de um analisador metabólico fica entre 350 a 500 Kcal/hora. Claro, depende do fundamento da aula, intensidade, carga, ritmo (BPM musical), e peso corporal de cada um. Como geralmente as aulas são dinâmicas aplicando o método Alternado por Segmento, cujo princípio é não parar, o gasto de calorias presume-se ser bastante alto.

Intensidade - O controle da intensidade durante a aula os alunos podem utilizar dois métodos bastante eficientes: o monitor cardíaco mantendo-se dentro da zona alvo estabelecia ou a escala subjetiva de esforço, (Escala de Borg).

Musculação ou Ginástica? Depende do gosto pessoal. Quem gosta das duas, uma boa pedida é cada dia fazer uma porque elas se completam, desde que, na academia haja coordenação eficiente das atividades. Se as aulas de ginástica, com os fundamentos e grupos musculares a serem trabalhados em cada aula são previamente anunciadas e divulgados, ótimo.

Quantas vezes por semana? Quem opta só pela ginástica não dá para fugir da recomendação oficial do ACSM (American College of Sports and Medicine), levando-se em conta o fator saúde: de três a seis vezes por semana.

Periodização - Como qualquer outra atividade física organizada nada impede uma periodização, em princípio, com dois macrociclos anuais, respectivamente primeiro e segundo semestre. Claro, essa periodização pode ser adaptada à realidade de cada academia de acordo com o seu público, mas ela deve existir.

No mais, é curtir essa atividade que pelo menos tem fundamento e a tendência é ficar para sempre. Os modismos passam e a ginástica fica.

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Referências: 
· BLOISE, Danieli Mazziotti - Ginástica Localizada 1000 exercícios com acessórios. Rio de Janeiro, Editora Sprint - 2001;

· COSTA, Marcelo Gomes - Ginástica Localizada. Ed. Sprint, 2ª edição, R.J. 1998;

· FLECK Steven J. Fundamentos do Treinamento de Força Muscular - 2ª edição - Porto Alegre - R.S. - Editora Artes Médicas Sul Ltda - 1999;

· MORAES, Luiz Carlos. História da Educação Física. Disponível em: https://www.cdof.com.br/historia.htm;

· PAOLI, Marco Paulo De - Ginástica Localizada. Disponível em: https://www.saudeemmovimento.com.br/conteudos/conteudo_frame.asp?cod_noticia=829 Acessado em: 24/9/2003;

· SABÁ, Fabio. Aderência à prática do exercício físico em academias. São Paulo - S.P. Editora Manole Ltda, 2002;

· ZATSIORSKY, Vladimir M. - Ciência e Prática do Treinamento de Força - São Paulo - S.P. - Phorte Editora Ltda, 1999. 


Créditos:
Texto copyright © por Luiz Carlos de Moraes CREF/1 RJ 003529
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