Na semana passada conversamos sobre os problemas de contusões e/ou lesões que ocorrem com as pessoas que procuram as academias e/ou Personal Trainer’s e deixei claro, que grande parte desses problemas acontecem por culpa do próprio cliente por não procurar e não exigir os seus direitos de consumidor. Saúde é o bem maior de qualquer cidadão e parece que muita gente não liga para o azar se deixando engordar, comendo besteira e não fazendo exames médicos de rotina. Ninguém está livre de uma doença oportunista, mas muitas outras tais como o diabetes e as cardiovasculares podem ser evitadas com hábitos de vida saudável entre eles a atividade física que desencadeia uma série de outros bons hábitos. Por mais simples que seja quem começa um programa de atividade física em pouco tempo já passa a se preocupar com alimentação, largar o cigarro, dormir mais cedo simplesmente porque começa a melhorar e se preocupando mais pode melhorar ainda mais.
O índice de sedentários em todo o mundo ainda é muito alto e no Brasil não é diferente. Além disso, dos que já praticam alguma atividade, boa parcela o faz por “obrigação”, seja porque está convencido, mas não achou a atividade mais adequada ao seu perfil ou porque o “médico mandou”. Ou seja, teve a consciência de fazer um exame de rotina e o médico sugeriu atividade física o que já é consenso entre a classe. Mesmo que o médico não faça sempre recomenda.
Aí está um outro problema. Qual a atividade fazer? Decididamente não é a função do médico mesmo tendo conhecimento em Medicina Esportiva. Essa decisão é do cliente que deve procurar um profissional de Educação Física. As pessoas enquadradas no grupo da “obrigação” são as que irão engrossar o pelotão de desistentes três ou quatro meses depois contribuindo com o grande problema enfrentado pelas academias que é a rotatividade. Claro, existem erros de ambas as partes. As academias precisam ter profissionais qualificados para perceber e convencer cada cliente a praticar a atividade mais adequada e mais simples de acordo com o gosto de cada um. Os clientes, como já comentei, devem estar atentos a isso. Não existe a melhor atividade. A melhor é a que o cliente sente mais prazer e não se torne um martírio. Muita gente ainda associa “malhação” com sofrimento como se não doer não faz efeito. Pelo contrário. Se doer alguma coisa está errado. Dor é para atleta que precisa de desafios severos para ser o melhor. É superação de limites à custa de desconforto.
O grupo da rotatividade acaba cometendo outro atentado contra sua própria saúde. Pesquisas bem conduzida mostram que o hábito de começar no verão e parar no inverno agride muito mais o corpo do que quem não faz nada o ano todo. É mais ou menos o caso do “efeito sanfona” dos obesos que vivem engordando e emagrecendo. Um sedentário ao iniciar um programa qualquer de atividade física fatalmente irá emagrecer uns “quilinhos” e ganhar massa corporal mesmo sendo pouca. Se parar, na próxima “operação verão” provavelmente terá perdido a massa corporal ganha e estará mais gordo do que no verão passado. Com menos massa corporal carregando mais peso do que antes, não precisa ser especialista para entender que no mínimo o sistema cardiovascular estará pagando a conta. A freqüência cardíaca estará aumentada podendo estar a poucos passos da hipertensão arterial e do diabetes.
Algumas pessoas ao procurar os serviços profissionais de Educação Física já vão com uma idéia fixa calcada na estética explorada nas revistas. A estética não é de todo ruim, apenas não deve ser perseguida a todo custo. Quando alguém começa uma atividade física qualquer calcada em prazer e qualidade de vida a estética vem a reboque e na proporção adequada a cada um. Não interessa ter uma “barriga de tanquinho”. Interessa saber que abdome um pouco mais firme contribui com o bom funcionamento de todos os órgãos por ele protegido principalmente o intestino. Peitoral e costas mais fortes facilitam carregar peso com mais tranqüilidade no supermercado com postura melhor sem sacrificar a coluna vertebral. Pernas firmes proporcionam caminhar e subir escadas de forma estável. Quem não pode ou não quer ir para academia pode caminhar, pedalar, subir escadas ou se exercitar em praças que existam aparelhos fixos. Toda cidade é uma academia a céu aberto. “Quem quer arranja meios, quem não quer arranja desculpas”. Pense nisso!
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Luiz Carlos de Moraes CREF1 RJ 003529
Para Refletir: Para nos mantermos bem é necessário comer pouco e trabalhar muito. Aristóteles
Sobre a Ética: Quem vive a mentir quando diz a verdade ninguém acredita, mas vira doença quando o próprio mentiroso acredita estar dizendo a verdade. Pior ainda quando prejudica uma classe profissional. Moraes 2008.
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