Ginseng brasileiro pode combater o câncer
Extrato butanólico do ginseng brasileiro diminui crescimento de linhagens de células tumorais

 

Ginseng - niehs.nih.gov

Um extrato do ginseng brasileiro (Pfaffia paniculata) pode atuar na prevenção e no combate ao câncer. Em estudo realizado no Laboratório de Oncologia Experimental da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP, o extrato butanólico da raiz da planta diminuiu o crescimento de linhagens tumorais de células mamárias humanas.

"O extrato provocou a morte dessas células e, por isso, houve queda no crescimento das células em cultura", afirma a veterinária Márcia Kazumi Nagamine, autora do estudo. Ela adicionou álcool à raiz em pó do ginseng brasileiro e após a evaporação do álcool, obteve o extrato etanólico, cujos resíduos deram origem aos extratos butanólico e aquoso. "Esses extratos se diferenciam pela constituição química. O butanólico, por exemplo, é composto por saponinas, substâncias que atuam na defesa da planta", explica.

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Márcia testou os efeitos dos três extratos sobre duas linhagens de células tumorais. "As células utilizadas são derivadas realmente de câncer. Mas, por serem provenientes de um processo de estabelecimento em cultura, são consideradas linhagens", diz. A veterinária constatou que o efeito do extrato etanólico sobre as células é nulo. Os extratos butanólico e aquoso provocaram, respectivamente, uma queda e um aumento do crescimento celular.

"Ainda são necessários mais estudos para verificar se esses dois efeitos se anulam e, talvez por isso, o extrato etanólico não atue sobre o crescimento das células. Além disso, o fato de ter utilizado apenas duas linhagens implica na limitação de não poder generalizar esse evento (diminuição do crescimento celular) para todo tumor de mama. Cada câncer é individual." Márcia ressalta que o mais importante de seu estudo foi verificar a existência de substâncias capazes de inibir o crescimento de células tumorais. "Há muito o que se pesquisar. A planta pode conter substâncias com potencial terapêutico."

A pesquisadora também aponta que são necessárias novas pesquisas que fracionem o extrato butanólico. "Ainda há muita mistura nesse extrato. A idéia seria 'dividi-lo' até isolar a substância química responsável pelo efeito." Também é necessário investigar o efeito do extrato sobre as células normais.

Testes em animais
Pesquisas realizadas na FMVZ com animais apontam para um efeito quimiopreventivo do extrato butanólico. A mestranda Patrícia Matsuzaki obteve resultados significativos em camundongos. "O extrato butanólico inibiu o crescimento de tumores mamários nesses animais", afirma a professora Maria Lúcia Zaidan Dagli, reponsável pelo Laboratório.

Márcia também trabalhou com camundongos em sua iniciação científica, realizada entre 2000 e 2001. Na época, a pesquisadora induziu a proliferação de células do fígado e, após dez dias de tratamento com ginseng brasileiro, houve uma redução do processo.

Segundo Maria Lúcia, os estudos caminham para uma possível aplicação em fármacos. "Após a realização de novas pesquisas, será necessário fazer testes em humanos. Mas isso não pode ser feito na Faculdade de Medicina Veterinária."

Ginseng brasileiro
A Pfaffia paniculata não é o ginseng encontrado no mercado em forma de cápsulas, feitas a partir de plantas coreanas e norte-americanas. Apesar da semelhança no nome e na raiz, o ginseng brasileiro pertence a uma família diferente de plantas. "As propriedades da Pfaffia ainda são pouco estudadas", aponta a professora Maria Lúcia. No Laboratório de Oncologia Experimental, pesquisadores dão continuidade aos estudos na área.

Fonte: Flávia Souza, Agencia USP

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