Segundo o infectologista Marcos Lago, da UERJ, relação entre gripes e pneumonia invasiva é estudada desde a gripe espanhola.
Em períodos de pandemia, como o atual, recomendação da OMS é para vacinação de todas as crianças menores de dois anos.
A relação entre o aumento dos casos de pneumonia e as gripes é constatada desde a pandemia de gripe espanhola. Segundo o infectologista Marcos Lago, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), em períodos de pandemia, como que estamos presenciando atualmente, os casos de pneumonia provocada pela bactéria Streptococcus pneumoniae são muito comuns. "Pessoas com gripe têm maior risco de adquirir uma pneumonia invasiva. E, neste caso, a mais comum e mais grave é a pneumonia pneumocócica", analisa o especialista.
De acordo com Lago, através de estudos retrospectivos foi possível observar que um grande percentual de mortes pode ter ocorrido por pneumonia invasiva. "Não podemos fazer uma comparação direta com a gripe suína, até porque em 1918 não havia antibióticos, mas provavelmente, o potencial de risco para contrair uma pneumonia invasiva é bem semelhante ao que já foi visto anteriormente", afirma. "Uma pessoa com gripe está mais frágil e mais suscetível a uma infecção bacteriana, principalmente a pneumonia pneumocócica", completa.
A relação entre os períodos de pandemia de gripe e o aumento nos casos de pneumonias pneumocócicas é um dos motivos pelos quais a Organização Mundial de Saúde (OMS) reforçou a recomendação para que todas as pessoas consideradas de alto risco (portadores de doença crônica), idosos acima de 60 anos e as crianças abaixo de 2 anos, deveriam ser vacinados contra pneumococo. A vacina recomendada depende da idade e para os menores de 2 anos, a vacina conjugada é a única opção disponível.
"Já constatamos em outros países que imunizam todas as crianças com a vacina pneumocócica conjugada 7-valente que a vacinação reduz os casos de pneumonia também em adultos. Em períodos como o que estamos enfrentando agora terá um grande impacto na diminuição de complicações decorrentes da pneumonia", alerta Lago.
Uma criança imunizada contra a bactéria pneumococo estará vacinada também contra os sorotipos resistentes aos antibióticos. Neste caso, segundo o especialista, deixará de transmitir a doença para outras crianças de seu grupo, por exemplo. "Em períodos de pandemia, o impacto de uma vacinação em massa se torna ainda mais importante", sustenta.
Gostou desse artigo? Então você pode recomendá-lo com o Google +1:
|