Não sei por que, mas nas últimas semanas tenho recebido um número bastante significativo de perguntas do tipo: Quanto custa a hora aula de professor de Educação Física nas diversas áreas sendo as mais procuradas a musculação e ginástica de academia.
Tenho respondido que essa questão de valor de hora aula e salários de professor nas atividades de academias variam de cidade para cidade assim como de bairro para bairro e o porte da academia. Tenho visto, pelo menos na minha cidade, uma variação entre R$ 9,00 a R$11,00 a hora dependendo ainda do número de horas por semana e conforme o caso as negociações diretas ainda podem ser composto salário mensal para “x” horas semanais. A gente sabe de profissionais que ganham muito mais que isso, mas valem porque são muito bons.
Entretanto, volto a afirmar que o poder de negociação depende fundamentalmente do quanto o próprio profissional acha que vale de acordo com a sua experiência, conhecimento adquirido com horas de cursos extras e facilidade de lidar com as pessoas e encher as suas turmas. Uma questão que em minha opinião muito particular não funciona, como querem alguns órgãos que se dizem defensores da classe é compor tabelas de salários. Precisamos estar cientes que não é o público nem os órgãos que valorizam ou desvalorizam o profissional e sim ele mesmo nas suas atitudes, conhecimento e experiência. Ou seja, primeiro temos que mostrar o que temos a oferecer. Depois quanto vale isso. Eu conheço a dificuldade do profissional recém formado que muitas vezes acaba se sujeitando a qualquer salário justificado pela necessidade imediata de trabalhar logo e ganhar dinheiro mesmo sendo pouco. Até ai tudo bem porque pode ser uma situação temporária, mas o que não pode é o profissional se acomodar e muitos até param de estudar. Depois não pode reclamar nem dizer que está virando escravo como tenho visto algumas frases prontas demagógicas típicas de sindicalistas de diversas classes pelo Brasil afora.
Uma das condições para o profissional evoluir é continuar os estudos e outra é se especializar na modalidade que mais gosta. O sujeito que hoje está na musculação, amanhã na natação pulando de galho em galho aproveitando qualquer vaga ou brecha que surja para ficar empregado acaba não aprendendo nada. Qualquer um de nós na área de Educação Física quando queremos saber de um assunto específico se começar a perguntar a um e a outro acaba recebendo resposta do tipo: Quem mais entende desse assunto é “fulano”. Assim temos o “bamba” na musculação, na ginástica, na natação e assim por diante. São pessoas que se tornam referência por gostar tanto se dedicam e aprofundam seus conhecimentos a vida toda se especializando num assunto e por isso mesmo ganham mais porque merecem.
Vale lembrar que, por outro lado, geralmente os empresários não são leigos em administração e já têm os seus valores fixados. Ou seja, paga até “X” dependendo da competência, currículo e experiência do professor. Precisamos inverter a ordem. Primeiro mostramos o que temos a oferecer, depois quanto vale isso. Não é incomum pretendente a determinadas vagas chegarem logo perguntando quanto é o salário sem antes se apresentar, conversar e/ou negociar.
O que não podemos é deixar que nos influenciem a olhar os patrões como “senhores da senzala”. Nós precisamos deles e eles de nós. Se eles não ganham dinheiro perdendo mais alunos, o profissional de Educação Física também não ganha e sabemos muito bem que do profissional depende em grande parte a aderência dos alunos e isso tem preço. Quando um empresário fecha as portas quem sai perdendo é o profissional de Educação Física que perde o emprego. O empresário vende os equipamentos, paga suas dívidas e pronto. O que sobra ainda coloca na poupança.
Sabemos sim que existem erros de ambas as partes. Patrões que preferem a exploração de mão de obra barata e profissionais que não querem trabalhar e só dão dor de cabeça chegando atrasado, faltando sem justificativa e pior que isso. Não dão o mínimo de atenção aos seus alunos. A experiência mostra que nenhum dos dois trabalhando desse jeito cresce e não chega a lugar nenhum.
Empresários inteligentes estimulam com rigor e cobram o desenvolvimento dos seus profissionais criando algo similar a plano de carreira dentro de suas academias para que um dia um ou vários deles tenham condições de assumir a coordenação. Bons administradores mantêm quadro de profissionais por muito tempo porque ninguém quer sair e cumprem com suas obrigações. Vale lembrar que existem leis a serem cumpridas para ambas as partes.

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