Os fatores que atormentam muito os técnicos, os atletas e os praticantes de atividades físicas, são aqueles relacionados com as interrupções forçadas e indesejadas do treinamento. Fatalmente somos acolhidos de maneira repentina e descontrolada por doenças respiratórias, por doenças gastrointestinais, por
lesões musculares e outras afecções que reduzem a capacidade de treinamento. Temos observado os fenômeno relacionados ao excesso de treino e ao excesso de uso das estruturas corporais, principalmente por atletas e por praticantes de atividades físicas de forma rotineira e intensa, que possuem estreita relação com algumas doenças.
Para que seja incluído um mínimo de controle sobre as interferências do treino, e para que não sejamos pegos de surpresa, por doenças oportunistas, faz-se necessário a prática de algum método para catálogo e posterior avaliação, das interferências mensais e anuais, que acometem os praticantes sob nosso controle e ou responsabilidade.
Toda e qualquer modificação no treino, assim como as reações inoportunas manifestadas pelo indivíduo, quando catalogadas em ficha própria para este fim
(veja modelo clicando
aqui), tornam possível a observação sobre os fenômenos de overtraining e overuse.
Em alguns casos temos encontrado um ciclo contínuo ou reincidente de doenças, principalmente sobre o trato respiratório, dores corporais e lesões no sistema muscular. As citadas doenças assim como as modificações comportamentais que as acompanham, no caso de serem observadas com antecedência, podem tornar-se um meio para uma possível manipulação sobre o volume e/ou intensidade dos treinamentos num momento posterior.
Constituindo desta maneira um elemento para preservar energia vital e diminuir os distúrbios causados pela quebra do equilíbrio orgânico (homeostase), a manipulação por meio da redução nas cargas de treino constituí-se em antecipações que visam diminuir as manifestações negativas as quais tornam-se em muitos casos, um ciclo vicioso e degradante da condição física e da saúde.
Quando diagnosticadas as doenças e avaliadas ao longo dos meses, cruzando-se os dados que dispomos catalogados na ficha modelo, temos observado o ciclo coincidindo em alguns momentos com condições climáticas adversas e com determinadas cargas de treino muito altas ou pouco adaptadas aos indivíduos, constituindo-se um risco para a integridade física dos mesmos.
Se durante as observações diárias as coincidências forem diagnosticadas positivamente, pode-se antecipar possíveis modificações orgânicas e controlar seus efeitos sobre o organismo ou seja, as manifestações negativas deixam de existir ou desaparecerem por meio da manipulação antecipada, sobre os elementos causadores, para a quebra de um possível ciclo vicioso entre excessos e doenças.
As modificações comportamentais advindas do ciclo menstrual, tornam-se evidentes e são exemplos das manifestações negativas sobre o desempenho de determinadas mulheres, que manifestam
síndromes de colapso, dispersão mental, choro, dores
lombares, cefaléias e outros sintomas durante e principalmente ao ciclo pré menstrual, que reduzem a capacidade de trabalho físico e mesmo intelectual.
No caso acima citado antecipa-se ou remanipula-se as cargas de trabalho, para que não haja surpresas desagradáveis ou mesmo uma
síndrome de baixa estima por parte da atleta, provocada por meio da incapacidade na manutenção do treinamento em índices elevados ou ideais, que anteriormente ao ciclo pré menstrual, na maioria das vezes são realizados com prazer e segurança.
Manifestações como tonturas, colapsos, enjôos e vômitos, podem indicar doenças graves ou mesmo atitudes dietéticas descontroladas. Caso sejam freqüentes estes sintomas que identificados pela catalogação e avaliação, tem-se em mãos a partir daí dados suficientes para encaminhamento a exames realizados por médicos especializados em medicina esportiva.
Distúrbios do sono e mudanças no humor, quando surgem, podem indicar fenômenos de supra estimulação nervosa central, e que podem surgir principalmente em treinamentos excessivos, treinos de força e velocidade ( método choque, força pura etc) e realizados em períodos noturnos. Nestes casos aconselha-se ao indivíduo adotar uma mudança nos horários dos treinos ou redução na intensidade e no volume dos trabalhos.
A mensuração e catálogo da freqüência cardíaca basal na ficha (veja modelo clicando
aqui) de forma rotineira, pode indicar treinos excessivos, que conduzem
conseqüentemente a estados de vigília e desencadeiam distúrbios que elevam o estresse
e produzem doenças.
Quando a freqüência cardíaca eleva-se de forma brusca, torna-se um indicativo residual do treinamento do dia anterior, se a mesma permanecer em elevação, mostra-se um quadro de estresse e possível overtraining. Neste momento faz-se a manipulação do treino imediatamente.
Inversamente! Quando a freqüência cardíaca começa a baixar gradualmente, identificamos como positivo este estado, pelo fato de estar havendo melhorias nas respostas cardiovasculares aos treinamentos.
Caso a freqüência cardíaca basal comece a elevar-se bruscamente e sem um motivo aparente, ou mesmo quando nenhuma mudança nos treinamentos foi realizada, deve-se suspender os treinos até que a mesma regularize-se, busca-se neste momento o auxílio do profissional em medicina esportiva.
Nas avaliações de distúrbios do sono e freqüência cardíaca basal, deve-se ficar atento também aos possíveis excessos exógenos praticados pelo aluno/atleta tais como: alimentação noturna excessiva e rica em
gorduras, atividade sexual intensa, drogas anabólicas e excitantes, tabaco, álcool e outros.
A qualidade do sono noturno, possui estreita relação também com os horários e tempo de repouso, dos ruídos e da luminosidade do ambiente. O quarto deve ser arejado, ser escuro e com baixo nível de sonoridade. Um período de aproximadamente oito horas de repouso noturno é indicado. A tomada de consciência para colocar em prática as medidas para melhorar a qualidade do sono são elementos obrigatórios para um bom estado de saúde física e mental.
Final
Para que seja atingido um estado de bem estar e rendimento físico e mental desejável, deve-se manter ao máximo possível e sob controle, os elementos que possuem ligação direta sobre os efeitos que beneficiam positivamente o treinamento.
Os efeitos indesejáveis que podem surgir durante os ciclos de treinos, devem ser antecipados e eliminados, por meio da manipulação das condições de treinamento citadas nos parágrafos acima.
Antecipando-se ao fato negativo, que são as doenças oportunistas, temos que buscar elementos que dêem aporte ao possível controle antecipado das interferência do treinamento.
Se o professor de educação física fizer uso das técnicas de controle e catalogação nas fichas modelo, e avaliar com critérios e feeling adquirido em anos a fio de trabalho, por meio de uma vida profissional de responsabilidade e interesse por seus alunos, estará contribuindo não só para uma melhoria do próprio trabalho, mas também, estará contribuindo para uma melhor qualidade de vida de seus educandos.
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Créditos:
Texto copyright © por Luiz Carlos Chiesa
Profissional de Educação Física -
Registro CREF1/ES- N.º 000069
Autor dos livros:
Musculação: uma proposta de trabalho e desenvolvimento humano, Espírito Santo: Editora da U.F.E.S, 1999.
Musculação: Aplicações práticas – Técnicas de uso das formas e métodos de treinamento, Rio de Janeiro: editora Shape, 2002.
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