O que é maconha
A maconha é uma mistura de folhas secas e trituradas, caule, sementes e flores da planta Cannabis sativa. A mistura pode ser verde, marrom ou cinza. Dos aproximadamente 400 elementos químicos na maconha, o delta-9-tetrahidrocanabinol, conhecido com THC, é responsável por muitos dos efeitos psicotrópicos (alteração da função cerebral) da droga.
Como a maconha afeta o cérebro
O principal elemento químico da maconha que afeta o cérebro é o delta-9-tetrahidrocanabinol (THC). Quando a maconha é fumada, THC passa rapidamente dos pulmões para dentro da corrente sanguínea, onde é transportado para os órgãos do corpo, incluindo cérebro.
Quando entra no cérebro, THC liga-se a células, ou neurônios, com tipos específicos de receptores chamados receptores canabinóides. Essas células são parte de uma rede de comunicação no cérebro, chamada sistema endocanabinóide, que é importante para seu desenvolvimento e funcionamento.
A maioria dos receptores canabinóides é encontrada em partes do cérebro que influenciam o prazer,
memória, raciocínio, concentração, percepção sensorial e temporal, e coordenação de movimentos. A maconha interfere no sistema endocanabinóide. Um dos efeitos é a liberação de
dopamina no cérebro, o que cria uma sensação de prazer, ou “barato”. Outros efeitos incluem alterações na percepção e humor, perda de coordenação, dificuldade de raciocínio e solução de problemas, e problemas com memória e aprendizado.
Certas partes do cérebro têm muitos receptores canabinóides. Essas áreas são o hipocampo, cerebelo, gânglia basal e córtex cerebral. As funções que essas áreas do cérebro controlam são as mais afetadas pela maconha.
Efeitos da maconha sobre cérebro
Aprendizado e memória
O hipocampo desempenha um papel crítico em certos tipos de aprendizado. Perturbação no seu funcionamento normal pode ocasionar problemas para
estudar, aprender coisas novas, e lembrar eventos recentes. Um estudo recente acompanhou pessoas de 13 a 38 anos de idade e descobriu que aquelas que consumiam muita maconha na adolescência e continuaram o uso na vida adulta, tiveram uma grande queda no QI, mesmo se largassem a droga.
Coordenação
THC afeta o cerebelo, a parte do cérebro que controla equilíbrio e coordenação, e a gânglia basal, outra parte do cérebro que ajuda a controlar o movimento. Esses efeitos podem afetar a performance em atividades esportivas e
direção de veículos.
Julgamento
Uma vez que a maconha pode afetar a tomada de decisão, ao consumi-la a pessoa pode
ter decisões que não teria se não estivesse sob influência da droga, como comportamento sexual de risco (aumentando a chance de contrair
doenças sexualmente transmissíveis como
AIDS) ou entrar no carro com alguém bêbado ou sob efeitos de drogas.
Quando a maconha é fumada, os efeitos começam quase imediatamente e podem durar de 1 a 3 horas. A tomada de
decisões, concentração e memória podem sofrer por dias depois do uso da maconha, especialmente em consumidores regulares.
Se a maconha for consumida em alimentos ou bebidas, os efeitos do THC aparecem mais tarde, geralmente de 30 minutos a 1 hora, porém podem durar até 4 horas.
Uso regular de longo prazo da maconha começando na adolescência, pode prejudicar o desenvolvimento cerebral e diminuir o QI, significando que o cérebro pode não alcançar todo seu potencial.
Efeitos da maconha na saúde
Dentro de minutos depois de inalar a maconha, o batimento cardíaco da pessoa acelera, as passagens bronquiais que deixam o ar entrar e sair dos pulmões relaxam e incham, vasos sanguíneos nos olhos se expandem os fazendo ficar vermelhos. Ainda que esses e outros efeitos pareçam inofensivos, eles podem cobrar um preço da sua saúde.
Aumento na frequencia cardíaca
Quando alguém usa maconha, a frequencia cardíaca pode se elevar de 20 a 50 batimentos por minutos, e em alguns casos até dobrar. Esses efeitos podem ser maiores se outras drogas forem consumidas junto com a maconha. A elevação na frequencia cardíaca força o coração a trabalhar mais forte.
Problemas respiratórios
A fumaça da maconha irrita os pulmões, ocasionando em usuários regulares problemas respiratórios e pulmonares similares ao fumo de tabaco. Esses problemas incluem
tosse diária e maior risco para infecções pulmonares como
pneumonia. Embora ainda não se saiba se o uso da maconha cause
câncer
pulmonar, muitas pessoas que usam maconha também fumam cigarro, que comprovadamente causa câncer.
Risco aumentado para problemas na saúde mental
O uso de maconha está relacionado a depressão,
ansiedade, pensamentos suicidas entre adolescentes, e elevação do risco de pessoas com histórico familiar desenvolverem
esquizofrenia.
Risco para o bebê em gestação
Mulheres grávidas que usam maconha podem alterar o desenvolvimento cerebral do bebê em gestação. Essas alterações podem contribuir para problemas com memória, atenção e resolução de problemas.
Efeitos da maconha nos estudos e vida social
Os efeitos da maconha e cérebro podem ter sério impacto na vida da pessoa
Piora no desempenho escolar
Estudantes que fumam maconha tendem a ter menores notas e maior probabilidade de abandonar a escola. Os efeitos da maconha sobre a memória, atenção e aprendizado podem durar por dias ou semanas. Esses efeitos têm impacto negativo no aprendizado e motivação. De fato, pessoas que usam maconha por muito tempo são menos satisfeitas com sua vida e têm mais problemas com amigos e familiares.
Dificuldade para dirigir veículos
Não é seguro dirigir sob o efeito da maconha, pois ela afeta várias habilidades necessárias para dirigir com segurança: concentração, prontidão, coordenação e tempo de reação. A maconha dificulta a avaliação de distância e reações a sinais e sons. Maconha é a droga ilegal mais envolvida e fatalidades no trânsito. Combinar maconha com
álcool, mesmo em pequena quantidade, eleva ainda mais o risco de dirigir.
Potencial ponte para outras drogas
Estudos sobre padrão de uso de drogas mostram que a maioria dos estudantes do 2o grau que usam drogas ilegais consome maconha. Porém, muitos jovens que usam maconha não vão consumir outras drogas.
Ainda não está claro porque algumas pessoas tentam outras drogas e outras não, mas os pesquisadores têm algumas teorias. Exposição á maconha pode afetar o cérebro, particularmente durante seu desenvolvimento, o que continua
até os 20 e poucos anos de idade. Efeitos podem incluir alterações no cérebro que tornam outras drogas mais atraentes. Pesquisas em animais apóiam essa possibilidade. Por exemplo, exposição precoce à maconha torna drogas opiáceas, como heroína, mais prazerosas. Adicionalmente, pessoas que usam maconha provavelmente têm contato com pessoas que consomem ou vendem outras drogas, elevando o risco de experimentá-las.
Pode-se ficar viciado em maconha?
Sim, maconha cria dependência. Um usuário pode sentir necessidade de fumar maconha de novo e de novo para recriar o “barato”. Uso repetitivo pode causar vício, que significa que a pessoa tem problema para controlar o uso da droga e frequentemente não consegue parar mesmo querendo.
Estima-se que 1 de cada 6 pessoas que começam a usar maconha na adolescência, e 25% a 50% das que consomem diariamente, ficam viciadas. O que faz uma pessoa ficar viciada e outra não depende de muitos fatores como genética, idade que começou a usar, se também consome outras drogas, relacionamentos com amigos e família e sucesso na escola (ambiente).
Pessoas que usam maconha também podem sentir sintomas de abstinência quando param de consumir a droga. Esses sintomas pode incluir:
* Irritabilidade.
* Insônia.
* Falta de apetite, a qual pode ocasionar perda de peso.
* Ansiedade.
* Anseio por voltar a usar a droga.
Esses efeitos podem durar de vários dias a algumas semanas depois da interrupção no uso da maconha. É comum voltar a usar a maconha nesse período porque a pessoa tem desejo de aliviar esses sintomas.
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