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Essa semana ouvi mais um desses absurdos que vez por outra “rola” na Internet em artigos e/ou comentários de “supostos” entendidos. Trata-se de um indivíduo dizendo que sua mulher, profissional de saúde, ao participar de um simpósio ouviu de um palestrante a afirmação que a
corrida é prejudicial à mulher e deveria apenas
caminhar.
Sem saber quais sejam os álibis apresentados e tão pouco saber quem fez tal afirmação de antemão contesto.
Correr é um dos movimentos mais naturais do ser humano que segundo a ciência foi, por assim dizer, projetado sim para correr tendo ao longo dos anos desenvolvido tendões e ligamentos elásticos, crânio capaz de prevenir superaquecimento, glúteos maiores, antebraços mais curto e pernas mais longas para estabilizar o movimento rápido evoluído a partir do Australopithecus que corria para caçar e/ou fugir dos predadores, pois não subiam em árvores com facilidade como os macacos que têm mãos e braços maiores e quase nenhum glúteo.
As mulheres também foram feitas sim para correr e nas provas de longa distância levam vantagem em relação aos homens. A maior camada lipídica fornece mais energia para elas e por mais tempo, os fêmures convergentes por conta da bacia mais larga contribuem para manter mais equilibrado o gesto esportivo e a
temperatura corporal se mantém mais estável que a dos homens.
Estatisticamente as mulheres na corrida têm menos
lesões que os homens. Como explicar a rápida evolução das mulheres nas corridas tanto no desempenho individual como em número crescente de participantes? É o principal motivo que incentivou organizadores a promoverem corridas exclusivamente femininas atraindo patrocinadores e fabricantes de produtos esportivos na certeza de retorno imediato. Dados de uma das maiores associações de corredores de rua do país confirmam que a partir de 2003 houve um crescimento de 65% no número de mulheres participando de provas de até 5 km. Acima dos 10 km esse número cai para 35% ainda assim crescente.
Em síntese. À luz da ciência não existe nenhuma razão para condenar a corrida para as mulheres a não ser por razões patológicas que impeçam a prática como para qualquer um seja homem ou mulher. Proferir palestra em simpósio não basta ter título. Precisa bom senso e experiência prática.
Musculação também é para elas
Também não é nenhuma novidade que as mulheres invadiram as
academias e são muito bem vindas. O principal álibi para se recomendar treinamento de força para as mulheres é a manutenção da força física tão importante para as atividades funcionais. Além disso, o modelo feminino estético mais explorado na mídia ainda é o venusiano da mulher formosa, com músculos discretos. O perfil das academias por causa delas mudou. Para melhor.
Aulas de spinning tem fundamento
Uma aula de
spinning segue os mesmos procedimentos teóricos de qualquer
atividade física: Aquecimento, atividade em si e desaquecimento. Os alongamentos após a aula devem ser feitos fora da
bicicleta. Tenho visto profissionais fazendo alongamento na própria bicicleta. Fala sério! Não é mais fácil todo mundo pegar o colchonete e fazer alongamentos básicos no chão numa sala de ginástica?
Aula de spinning tem fundamento e foi criado visando simular as diversas situações encontradas no
ciclismo de estrada. Ou seja, subidas, descidas, pedalar tranqüilo e arrancadas em velocidade usando como base o intervalado. Qualquer manobra fora do que a gente vê o ciclista fazer na estrada nas grandes provas é invenção sem fundamento. Como não poderia deixar de ser também elas podem e devem fazer e a maior prova disso é que nas academias as mulheres são em maioria nessas aulas.
Para Refletir: Toda decisão por mais simples que seja tem que ser bem pensada porque vai sempre mexer com a vida de alguém. (Moraes 2013).
Sobre a Ética: A imagem do político anda tão desgastada que deveriam mudar o sentido do termo politicamente CORRETO. (Moraes 2013).
Cartas para:
lcmoraes@compuland.com.br
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