Musculação - Overtraining, disformia muscular e vigorexia

Homem se olhando no espelho insatisfeito - NIH

Até agora temos falado do lado bom da atividade física principalmente dos exercícios resistidos. Musculação.

Tudo o que é bom pode gerar um vício e nesse caso, as conseqüências do overtraining pode ir desde tendinites até problemas graves psíquicos como a vigorexia e a distrofia muscular.

Overtraining, como o próprio nome sugere, refere-se ao excesso de treinamento e às reações fisiológicas que avisam, por assim dizer, algo está errado, e são semelhantes ao estresse tais como: insônia, falta de apetite, irritabilidade, desinteresse sexual, fraqueza, cansaço constante, dificuldade de concentração entre outras. Pode até ser precedido de uma perda de massa muscular (catabolismo).

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A disformia muscular está relacionada com uma patologia psíquica das pessoas excessivamente preocupadas com a aparência chamada de vigorexia semelhante a anorexia nervosa que é mais comum, as pessoas conhecem mais e já ouviram falar. Nesse segundo caso, trata-se das pessoas nunca satisfeitas com sua magreza e as vigoréxicas são as nunca satisfeitas com seus músculos na busca obsessiva da perfeição.

A Vigorexia, ou Síndrome de Adônis, é um transtorno emocional assim denominado pelo psiquiatra americano Harrison G. Pope da Faculdade de Medicina de Harvard, Massachusetts. Os estudos de Pope foram publicados na revista Psychosomatic Medicine com a observação de que cerca de um milhão de norte-americanos entre os nove milhões adeptos à musculação podem estar acometidos pela patologia emocional. As duas, anorexia e vigorexia, são doenças ligadas ao narcisismo fora de controle.

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Qualquer tipo de obsessão denota um desequilíbrio na vida. A pelo corpo não é diferente e a melhor forma de controlar isso é pela tomada de consciência do limite entre o prazer e o fanatismo. Tal como o remédio, "a dose faz o veneno". Exercício é bom mas cada um tem um limite de intensidade e volume na medida certa do prazer. Em alguns casos, como vimos, pode ser necessário a ajuda de um psicólogo ligado à Medicina Esportiva.

... E tem jeito? Tem.

Quando uma pessoa viciada em exercício ou mesmo um atleta de alto nível procura uma academia e ou profissionais de Educação Física com intenções de se tornar uma pessoa normal, pode ser o caso de se aplicar uma técnica, de certa forma pouco conhecida chamada de "Destreinamento". Trata-se de um treinamento inverso ao que estamos acostumados a prescrever que parte do ponto de onde a pessoa esteja acostumada a treinar (intensidades, volume e freqüência semanal etc.) e depois vem-se fazendo um programa lento, gradual e "regressivo" até o ponto considerado normal para a qualidade de vida. No caso, o corpo precisa se readaptar da mesma forma que se adaptou a um volume muito alto de exercício. Mas, é bom que se diga. Em primeiro lugar a pessoa deve estar disposta, consciente e querer se livrar do mal.

Outro caso onde também se aplica o destreinamento é dos atletas de alto rendimento que já tenham atingido seu máximo e conquistado todos os títulos. São abandonados à própria sorte e largam tudo de uma hora para outra engordando e muitas vezes tendo problemas decorrentes de um desequilíbrio metabólico e ou psicológicos. Muitos nem se interessam mais em fazer qualquer atividade física porque isso era uma obrigação e acabaram sendo vítimas da "Sindrome da Saturação Esportiva". Não querem nem ouvir falar em exercício físico. Portanto, mais uma vez vale o bom senso e a orientação profissional da atividade física.


A vez do leitor:
É possível com apenas quatro exercícios: corrida, flexão, barra e abdominal a gente conseguir um bom condicionamento? 
Mário R.J. 

A realidade das academias trabalha para um púbico com pouco tempo para "malhar". Por isso, pensa-se em um mínimo de exercícios multiarticulares envolvendo os maiores grupos musculares. Partindo desse princípio, eu incluiria o agachamento e substituiria a flexão pelo supino simplesmente porque é o preferido pela maioria. Poucas pessoas hoje em dia fazem flexão que é um dos exercícios oriundos do militarismo. Não que ele não seja bom. Dependendo do gosto do cliente pode-se também substituir a barra pelo desenvolvimento. A maioria dos atleta adeptos ao treinamento de força, se tivessem que optar em ter que fazer apenas um exercício escolheriam o agachamento. Esse exercício envolve mais de 1/6 da massa muscular considerando os agonistas, antagonistas, sinergistas e estabilizadores. Seria impossível imaginarmos alguém se movimentar sem fazer naturalmente o agachamento, simplesmente porque estamos, a todo momento ora sentando, ora levantando subindo ladeira ou mesmo escadas, No final é sempre bom reservar pelo menos 10 minutos para alongamentos.


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Para Refletir: Quem corre atrás dos sonhos e nele acredita sofre menos por absoluta falta de tempo.

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