Musculação - Prevenindo Lesões

As lesões geralmente ocorrem devido, à má postura nas tarefas diárias associadas à fraqueza muscular, sobrepeso e ou má formação durante o desenvolvimento. Nos esportistas podem ocorrer devido a má orientação das atividades, a tentativa de ultrapassar os limites genéticos ou do período de treinamento.

Cada modalidade esportiva tem as suas contusões características normalmente associadas ao tipo de solicitação motora.

O treinamento com peso, embora ao olhos do leigo não pareça, tem o índice de contusões muito baixo sendo considerado uma atividade segura desde que, como qualquer outra, a orientação seja feita por pessoas habilitadas.

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Segundo Zatsiorsky 99, os índices indicam 1 para cada 10000 atletas que participam de treinamento ou competição. Se compararmos com o futebol, ou mesmo com o atletismo, os números podem ser quase insignificantes. Um maratonista, por exemplo, para chegar a uma competição Olímpica dificilmente não traz na sua bagagem, uma lista de contusões do tipo, tendinites, distensões, contraturas e alterações ligamentares.

No mesmo nível de comparação, um levantador Olímpico também na sua bagagem traz uma lista de contusões, porém menores.

Assim como no atletismo a preocupação é com as pernas, onde acontecem o maior número das contusões, quem se dedica a levantar peso, deve atentar para a coluna lombar, local onde se origina a maioria dos problemas. Entre dores musculares, articulares, tendinites, distensões e contraturas nas diversas partes do corpo, 44 a 50% atingem a lombar (lombalgias, dores irradiadas, ciáticas e ou hérnia de disco). Portanto, se o atleta dedicar atenção á postura, respiração, reforço dos músculos eretores da coluna e carga compatível com a aptidão, terá um índice baixíssimo de problemas na sua vida atlética.

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As lesões no disco intervertebral, com ou sem dores irradiadas, muita vezes estão associadas também à descanso insuficiente para proporcionar a migração de água do corpo da vértebra para o disco, especialmente o núcleo pulposo.

O núcleo, segundo Kapandji, é composto na sua maior parte de água que sob pressão constante do dia faz uma migração de parte de seu conteúdo para o corpo da vértebra. Esse fenômeno ocorre porque possui inúmeros poros microscópicos e o corpo da vértebra, apoiado no disco, sendo esponjoso facilita essa migração sob pressão. Na posição em decúbito dorsal (deitado de barriga pra cima), durante o sono, onde a pressão diminui e os músculos estão relaxados, o processo se inverte. Ou seja, a água migra do corpo da vértebra para o núcleo fazendo o caminho de volta e a recuperação necessária. Daí a importância das horas de sono no que se refere à manutenção do disco intervertebral. Sendo assim, a nossa estatura pela manhã costuma ser maior em até 2 cm se comparada com o final do dia.

Uma noitada é o suficiente para deixar os discos intervertebrais suscetível à uma lesão no dia seguinte.

Outro recurso muitas vezes desprezado, até por atletas experientes, é o uso correto da respiração no sentido de diminuir a força exercida contra o disco intervertebral com aproveitamento da pressão Intra-abdominal (PIA).

As vértebras formam uma alavanca interfixa com um braço de resistência que vai do ponto da força, os músculos eretores da coluna até o ponto de apoio (articulação interapofisária, meio da vértebra). O outro braço de resistência vai do ponto de apoio até a resistência que é o peso corporal somado à ação da gravidade e mais o peso do implemento usado. Acontece, que o centro de gravidade da parte superior do corpo é situado um pouco à frente do corpo da vértebra L4 sendo o braço de resistência anterior maior. Isso faz com que os músculos protetores da lombar tenham de ser bem trabalhados, Sendo assim, qualquer exercício que se faça com flexão do tronco, aumenta a pressão intradiscal.

A Pressão Intra-Abdominal funciona como se fosse uma bola pneumática e estando à frente da vértebra ajuda a diminuir a resistência contra o disco intervertebral. Alguns autores calculam uma redução dessa resistência em até 40%. Os atletas que precisam trabalhar com altas cargas costumam usar o recurso da respiração bloqueada, de certa forma eficiente mas só devendo ser utilizada por pessoas experientes sob risco de aumento repentino da pressão arterial e da Freqüência Cardíaca em função da interrupção parcial ou total da circulação de retorno, fenômeno associado à conhecida manobra Valsalva. Quem não visa altas performances deve fazer uso da respiração continuada, passiva ou ativa conforme os objetivos de força dinâmica ou explosiva. Enfim, todo e qualquer exercício tem os seus prós e contras, mas a orientação deve ser dada por pessoal habilitado baseada em experiência, bom senso e não apenas em teoria.

Cartas para: lcmoraes@compuland.com.br

Para Refletir: Muita gente não sai do lugar porque está sempre esperando o melhor momento. È preciso audácia.

Sobre a Ética - Na dúvida perante à categoria ou com a sociedade, leia o código de ética. Só "gasta o olho".

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REFERÊNCIAS: 1) ZATSIORSKY, Vladimir M. - Ciência e Prática do Treinamento de Força - São Paulo - S.P. - Phorte Editora Ltda, 1999. 2) YOKOCHI, Chihiro, M.D., ROHEN, Johannes W. M.D. & WEINREB, Eva Lurie, Ph. D. - Anatomia Fotográfica do Corpo Humano. Ed. Manole Lda., 3ª edição, S.P., 1992. 3) BRUNNSTROM, Signe - Cinesiologia Clínica - Ed. Manole Ltda. - 4ª edição - São Paulo - 1989. 5) KAPANDJI, A. I. (Ibrahim Adalbert) - Fisiologia Articular, 5ª edição - volume 1 - Membro Superior - São Paulo Ed. Panamericana, Rio de Janeiro ed. Guanabara Koogan, 2000. 6) BRUNNSTROM, Signe - Cinesiologia Clínica - Ed. Manole Ltda. - 4ª edição - São Paulo - 1989. 7) KENDALL, Florence Peterson e Elizabeth K. Mc Creary - Músculos Provas e Funções. Ed. Manole Ltda. 3ª edição, 1987.

Créditos:
Texto copyright © 2011 por Luiz Carlos de Moraes CREF/1 RJ 003529
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