Obesidade não da lucro nas empresas

Há algumas semanas falamos da obesidade na sociedade e nas empresas e os possíveis culpados tais como a escola, os pais, as empresas, o poder público e a própria cultura de desprezo à qualidade de vida. Muitos até reconhecem que deveriam fazer alguma coisa, mas esse item fica sempre pra depois da mesma forma que parar de fumar.

Como a maioria das pessoas nessa sociedade moderna que assinou a lei Áurea, mas continua escrava do trabalho, do status e do poder ficam mais tempo no trabalho do que em casa o incentivo e a obrigatoriedade deveriam começar nas empresas, pois elas são as mais prejudicadas com o avanço da obesidade diretamente relacionada com aumento das despesas médicas e menor produtividade.

Não é “privilégio” do Brasil. O mundo inteiro tem esse problema. Nas empresas americanas o número de obesos ultrapassa os 34% e as japonesas, apesar de termos uma idéia contrária, seguem o mesmo ritmo. Segundo o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão um sexto da população sofre da Síndrome Metabólica e outra parcela igual está prestes a desenvolver a mesma condição e já é uma preocupação porque as empresas começam e perder produtividade e gastar mais com empregados afastados. A síndrome metabólica é o conjunto de fatores de risco, entre eles a obesidade, que podem levar às doenças cardíacas onde todos perdem. A empresa, a família, os amigos e principalmente a pessoa humana.

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Não fosse isso, nada temos contra os gordinhos. A maioria costuma ser espirituoso, alegre, brincalhão, fazendo piada da própria situação e convenhamos, as gordinhas, o mais das vezes têm rosto bonito. O problema é que as doenças cardíacas e outras por causa da obesidade acaba se manifestando justamente na idade mais produtiva das pessoas por volta dos 40 anos. Um estudo norte-americano concluiu que as empresas perdem US$ 1,8 mil por ano por falta de produtividade dos profissionais obesos. O afastamento do trabalho começa com problemas de pressão alta até outros males cardíacos mais graves e/ou coluna vertebral. Pressão no trabalho, exigência cada vez maior de metas com prazos mais curtos gera estresse sem limites. Na comparação entre uma pessoa fisicamente ativa e um obeso sem dúvida nenhuma o primeiro leva vantagem simplesmente porque todo dia descarrega o estresse e “recarrega as baterias”.

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Estudos norte-americanos indicam que os obesos faltam ao trabalho até 8 dias no ano por complicações de saúde contra 3 dias dos trabalhadores com peso considerado normal.

Aqui não é diferente. Estudos paulistanos indicam aumento de 74% de faltas ao trabalho acima de 7 dias por causa da obesidade gerando um custo maior que 44% na assistência médica diminuindo assim a produtividade.

A guerra está declarada. Nas empresas americanas 40% já têm programas para controlar o peso dos empregados e mais 24% pensam em adotar medidas similares.

Os japoneses são mais radicais. A partir de abril está em vigor a obrigatoriedade dos serviços médicos das empresas medirem a circunferência da cintura dos empregados acima de 40 anos. Homens com medidas acima de 85 centímetros e mulheres com mais de 90 centímetros serão incluídos em grupo de alto risco e obrigados a participar de programa de controle alimentar e exercício físico. Isso porque está bem estabelecido que essas medidas representam risco cardíaco. A partir de 2012 as empresas serão obrigadas a cortar em 10% o número de empregados acima do peso. As que não atingirem a meta poderão optar em aumentar a contribuição para a previdência dos obesos em vez de demitir. 

Bom, essa é uma idéia menos traumática. Peso na balança, peso no bolso. Aqui algumas boas empresas pagam a PL (Participação nos Lucros). Ora! Se o sujeito obeso gera mais despesa médica nada mais justo que criar um indicador de aumentar a PL para os fisicamente ativos, produtivos e sem nenhuma falta ao trabalho por motivo de doença e diminuir dos incluídos no grupo de risco cardíaco até que ele saia dessa situação. Para isso a empresa deve proporcionar meio mais eficaz tais como credenciar academias que seguem normas do CONFEF (Conselho Federal de Educação Física) onde o empregado paga 50% da mensalidade e o empregador a outra parcela porque ainda assim dá lucro. O empregado faz avaliação funcional com determinação de percentuais de massa muscular, gordura e faixa de IMC (Índice de Massa Corporal) que se encontra no momento e de seis em seis meses deve apresentar melhora para ganhar pontos para a PL. Simplesmente fazer campanhas de incentivo do tipo “30 minutos por dia” e outras similares tem dado pouquíssimos resultados práticos e muita despesa com faixas e cartazes. A Ginástica Laboral, que é uma excelente iniciativa, só decola onde o gerente incentiva. Claro, os profissionais de saúde devem dar o exemplo não engordando nem fumando. Não adianta continuar só com política de fazer periódico de primeiro mundo sem ação efetiva e plano sério de redução do sedentarismo. Também não adianta tratar o empregado depois que ficou doente fechando a porta depois que o ladrão entrou. Os empregados fazem o periódico porque é obrigatório, descobrem que estão fora do peso e daí? Um ano depois nada mudou. Só piorou. Como a gente sabe que a maioria trabalha pensando no dinheiro, aumentar ou reduzir a PL de acordo com o padrão de qualidade de vida seria lógico. Não acham? Dá lucro paga. Dá prejuízo corta! Todo mundo ganha com isso. O empregado, a família, a empresa e o país. 

Cartas para: lcmoraes@compuland.com.br

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