Obesidade Infantil

Alimentação saudável para crianças - CDC/ Mary Anne Fenley

No presente texto tentaremos descrever sobre a obesidade infantil e levantar possíveis questionamentos quanto a soluções e tentar despertar para um assunto tão grave da atualidade e do futuro próximo de nossos jovens. 

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Segundo McArdle (1984) "a obesidade pode ser definida como o aumento excessivo da quantidade de gordura corporal". "A obesidade consiste no depósito excessivo de gordura no tecido adiposo"... ( Revista âmbito de medicina esportiva, ano II n.º 16; 1996). 

Por meio dos conceitos acima descritos, podemos observar o comprometimento dos autores com o conceito fechado visando os aspectos intrínsecos entre gordura corporal e excesso da mesma. Comumente encontramos as expressões excesso de peso e sobre peso, relacionadas à obesidade. Devemos ser cautelosos na interpretação de tal situação, pelo fato de encontrarmos pessoas com peso corporal total alto e com baixo volume de gordura, principalmente aquelas treinadas em esportes de força e musculação

O excesso de peso em gordura nas crianças, identificado e difundido na atualidade por meio dos mecanismos de comunicação como jornais, revistas, rádio e televisão, indicam-nos o caminho, que esta tornando-se um problema, no mínimo preocupante para com o futuro próximo de nossos atuais jovens. 

Caminhamos a passos largos para um estado de saúde populacional epidemiológico o qual trará prejuízos, não só financeiros para o estado, como também emocional para aqueles que realmente estão envolvidos com os problemas de saúde pública de nossos cidadãos. 

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Quando adultos, a atual população de pequenos obesos poderá atingir níveis astronômicos de doenças correlacionadas ao excesso de gordura corporal. Doenças crônicas predominam mais nos obesos do que na população com percentual de gordura corporal normal. Doenças cardiovasculares, pulmonares, ortopédicas, diabetes e outras, possuem estreita relação com a obesidade, e são motivo de situações incapacitantes na vida diária e tristemente da morte prematura do homem moderno. 

A obesidade possui fatores inerentes à hereditariedade, a aspectos socioculturais e também ligados à falta de atividade física diária. As soluções para o quadro, que esta sendo formado, podem ser visualizadas por meio da junção entre orientação educacional e do planejamento social, assim como pelo uso democrático das descobertas médicas. 

A falta de orientação Nutricional, criada pelo descaso e pela ausência de professores das áreas de nutrição e endocrinologia, nas escolas públicas e também privadas, são em parte causadoras de distúrbios sociais relacionados à nutrição de nossa população.

Apenas identificar causas não é o ideal, deve-se criar atitudes práticas para solucionar os problemas encontrados, para que os mesmos não tornem-se caso de saúde publica. Criar condições para que a população não só emagreça, mas principalmente torne-se sadia por meio de hábitos alimentares regrados, conduta social equilibrada e atividades esportivas permanentes, são o objetivo e o desafio a ser alcançado. 

Infelizmente a contribuição para o emagrecimento apenas por meio de atividades físicas é pouco determinante para o sucesso no emagrecimento segundo Nieman; 1999, assim como pelo fato dos obesos serem pouco aptos e desmotivados à pratica de exercícios. A desmotivação aqui identificada, é principalmente pelo baixo condicionamento físico, inerente à falta de exercícios regulares ou sedentarismo. 

Há um conjunto de situações que devem ser associadas, para que venhamos obter resultados expressivos, sobre a perda de peso e perda de gordura corporal e principalmente para a manutenção deste estado adquirido. 

Deve-se garantir ao indivíduo desde o pré natal, realizado com a gestante, passando pelo incentivo à amamentação e pela orientação nutricional de base nos primeiros anos de formação ou desenvolvimento estrutural. Atenção especial deve ser dispensada principalmente no período da adolescência, onde encontramos problemas relacionados com a má alimentação, como são a anorexia e a bulimia. 

As crianças precisam ser envolvidas em atividades físicas recreativas sistemáticas, e orientadas por profissionais capacitados. A redução do tempo livre que é utilizado em jogos de computadores é imprescindível. As atividades intelectuais previstas em sala de aula, precisam ser modificadas e necessitam tomar uma direção ou rumo ao ar livre. A teoria deve ser desenvolvida e aprendida por meio da vivência pratica corporal. 

A obesidade possui controvérsias relacionadas com o volume ou ingestão alimentar. Não necessariamente o obeso ingere grandes volumes calóricos, é fato que o balanço calórico negativo deve ser atingido, para que haja uma redução no peso corporal total e peso de gordura. 

A redução de peso corporal, experimentada por meio apenas de dieta, vem acompanhada de maneira desvantajosa também pela perda de massa muscular. Podemos minimizar esta situação de perda de peso muscular por meio da conscientização e da inclusão de atividades físicas, durante e após o processo de emagrecimento. 

Pelo exemplo exposto, necessitamos buscar soluções, não só para que seja controlado o peso de quem já esta obeso; precisamos é criar as condições necessárias, para que os indivíduos não tornem-se escravos de dietas para emagrecimento, ou mesmo dependentes de regimes descontrolados e desorientados durante toda a vida. 

O conhecido efeito sanfona (emagrecer x engordar), precisa ser banido da vida de quem vive sob dietoterapia, esta síndrome, é exatamente uma falha nos métodos de controle sobre a obesidade. 

Necessitamos não deixar as pessoas, e principalmente as crianças e os adolescentes, a engordarem acima dos limites médicos recomendados. A ação de conscientização e controle sobre os mecanismos socioculturais da obesidade, tem que ser divididos entre o estado, entre a família e os profissionais da saúde. 

Estamos convivendo com o fantasma da forma física padrão. Estamos esquecendo elementos de importância crucial para a nossa sociedade. Questões que envolvem a saúde publica, como a evolução ou aumento da obesidade, das doenças hipocinéticas, cardíacas, D.O.R.T e L.E.R. e também das epidemias respiratórias dentre outras. 

As situações de doenças acima citadas, estão sendo sobrepujadas, por uma exigência de amostra estética pessoal, que não condiz com os elementos constitutivos da saúde global do ser humano. Há algo mais importante a ser pensado e resolvido antes de dar importância a algo tão superficial como a estética. 

Visando atingir a estética padrão, cria-se situações que envolvem elementos degradantes do homem, como as drogas anabólicas, estimulantes e "emagrecedoras". 

Desenvolver bons e saudáveis hábitos dietéticos, promovidos por meio do ensino e educação veiculados por especialistas em nutrição. Receber tratamento e orientação médica, não só em casos de doenças; assim como ser orientado permanentemente por profissionais de educação física, durante a prática esportiva e de lazer, são direitos dos cidadãos que participam de nossa sociedade. 

Aos cidadãos resta o direito de exigir um tratamento mais humano, para saciar as suas necessidades e anseios. Aos políticos resta seguir as exigências de quem os elegeu, por meio de voto honesto e pelo depósito de confiança que lhes foi concedido. 

Antes de encerrar este texto, devo lembra-los que o futuro de nossas vidas, pode depender das atuais crianças e jovens. Por um motivo tão nobre, qualquer esforço para tornar a sociedade mais saudável, educada, e consciente tem que ser tentado imediatamente. 

Se a nossa atitude e capacidade para reformular a situação vigente ficar como está, ou seja, estagnada, correremos o risco de não vivermos em paz com a nossa consciência. 

Há tanto para ser feito! Podemos fazer tanto. Basta apenas ser dado o primeiro passo.

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Créditos:
Texto copyright © por Luiz Carlos Chiesa
Profissional de Educação Física - Registro CREF1/ES- N.º 000069
Autor dos livros:
Musculação: uma proposta de trabalho e desenvolvimento humano, Espírito Santo: Editora da U.F.E.S, 1999.
Musculação: Aplicações práticas – Técnicas de uso das formas e métodos de treinamento, Rio de Janeiro: editora Shape, 2002.

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