Quando alguém começa a ter sucesso na perda de peso quer logo ver "aquela" gordurinha situada em determinadas partes do corpo indo embora de uma vez. Sendo assim, como já vimos em outras matérias, o homem acumula mais gordura na região do
abdome e as mulheres na cintura e quadril. Infelizmente a ciência ainda não descobriu uma fórmula de gastar mais gordura aqui do que ali ou tirar daqui e "botar" ali.
Num programa de exercícios de resistência, trabalhos bem conduzidos citados por
McArdle, ficou demonstrado que o corpo tende a gastar mais gordura na região central, tronco e abdome do que nos glúteos e região femoral. Isso, em linhas gerais, o homem acaba se beneficiando nas expectativas de perda de gordura nas regiões que mais incomoda a um e a outro. Esse fato fica mais evidente em quem emagrece mais de 8 a 9 quilos em dez a doze semanas. Nas mulheres, enquanto aparentemente percebe-se a região do tórax com as costelas e os ossos da clavícula começando a sobressair, a bronca é geral. Nos quadris parece não ter perdido nada.
Gordura Localizada
Dá para perder? Partindo do princípio acima exposto, sabe-se que isso é impossível e a conduta de ficar fazendo um número exagerado de exercício para um determinada região na esperança ou promessa de perder gordura "só" numa região, é no mínimo perda de tempo. Várias pesquisas têm mostrado, por exemplo as citadas por
McArdle, feitas com tenistas que o percentual de gordura não é diferente quando comparado os dois braços. Como esperado, a circunferência do braço dominante é maior em função de uma hipertrofia muscular e não de camada de gordura que continua, embora menor, a ser similar nos dois braços. Dá então pra fazer, numa segunda fase da prescrição dos exercícios, um equilíbrio muscular com séries de hipertrofia para a parte superior do corpo e resistência muscular localizada para os membros inferiores, conduta nem sempre satisfatória às mulheres.
O Culote
Não são poucas coisas a incomodar as mulheres, heim! O
culote, acúmulo de gordura na lateral das coxas, aparecem em função dos hormônios femininos e/ou características genéticas, talvez o fator mais evidente já que não são todas as mulheres que os tem e algumas magras são sorteadas para tê-los. Embora seja muito difícil acabar com ele existem três formas de tentar acabar ou pelo menos amenizar o problema: Exercícios associados à
dieta, lipoaspiração
e ou cirurgia plástica. Os exercícios aeróbios, como temos citado, incidem na gordura como um todo e os localizados no fortalecimento dos músculos que ficam por baixo do
culote: uma porção do glúteo máximo e médio e fáscia lata. É preciso conjugar os dois tipos de exercícios com a
dieta deixando as cirurgias como última opção. Também já vimos que pela teoria do
"set-point" o corpo tende a repor as gorduras retiradas, por assim dizer, "na marra", através de cirurgia e ou dietas drásticas. O culote segue a mesma teoria. Se tirá-lo à força ele volta.
Como estamos falando de emagrecimento, automaticamente falamos de calorias
gastas e todo exercício físico tem um gasto
calórico e valores a ele atrelado já bem estabelecido pelo Colégio Americano de Medicina Esportiva
(ACMS 1995). Utiliza-se a relação 5 Kcal para cada litro de oxigênio desde que conheça-se as exigências metabólicas de cada atividade avaliadas, entre outras formas, por consumo direto. Na falta desses dados podemos utilizar tabelas baseadas em
MET. atualmente bastante disponíveis em vários livros.
Um MET. eqüivale ao consumo de oxigênio de 3,5 mL. Kg. min, valor referente ao metabolismo de repouso e a conversão de
MET. para Kcal pode-se usar a fórmula sugerida em (ACSM 1995) que é a seguinte: Kcal p/ min = METs da atividade x peso do cliente x 3,5 : 200. Na prática, digamos que uma pessoa esteja fazendo uma atividade de 6 METs com 70 Kg de peso corporal. Aplicando a fórmula temos: 6 x 70 x 3,5 : 200 = 7,35 Kcal / min. Se permanecer durante 60 minutos terá um gasto calórico de 441 Kcal. Levando em consideração 1 kg de gordura ser igual a 7700 Kcal, neste exemplo são necessárias 17,46 horas para perder isso. Acha pouco? Se o sujeito "malhar" 5 dias por semana são necessárias três semanas. Taí mais uma boa razão de associar exercício com dieta e ou reeducação alimentar. É bom lembrar que as recomendações
(ACSM 1995) sugerem uma perda de peso de no máximo 1 quilo por semana, ou um déficit de 7700 Kcal.
Concluindo, nesse processo de emagrecimento o balanço calórico conta bastante e os exercícios, sejam quais forem, consomem oxigênio energia e obviamente calorias. Logo, qualquer um é bom se, bem orientado.
Autores consagrados não ressaltam uma importância tão grande para as vias metabólicas dos exercícios quando o objetivo é o emagrecimento. As orientações atuais são no sentido de: prazer de fazer, contagem aproximadas de calorias, variação de atividades e sem tempos mínimos limites.
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