A pancreatite é inflamação do pâncreas. Pancreatite
aguda ocorre de forma súbita, dura período curto de tempo, e normalmente é
resolvida.
Já a pancreatite crônica não se resolve por si mesma e resulta da
destruição lenta do pâncreas. Se a lesão no pâncreas persistir, pode-se
desenvolver pancreatite crônica, que ocorre quando as enzimas digestivas atacam
e destroem o pâncreas e tecidos próximos causando cicatrizes e dor. Os casos
mais comuns de pancreatite crônica são resultado de muitos anos de abuso da
ingestão de álcool, porém a forma crônica também pode ser resultado de um
único ataque de pancreatite aguda, especialmente se os dutos pancreáticos
forem danificados. Os dutos danificados fazem o pâncreas ficar inflamado, com
tecidos destruídos e cicatrizes.
Causas
da pancreatite crônica
Embora
comum, alcoolismo não é a única causa de pancreatite crônica. As principais
causas são:
* Alcoolismo.
* Duto pancreático bloqueado ou estreitado devido a trauma ou formação de
pseudocistos.
* Hereditariedade.
* Causa desconhecida (idopático).
Danos
decorrentes do abuso de álcool podem não aparecem por muitos anos, e então a
pessoa pode ter um ataque súbito de pancreatite. Em até 70% dos pacientes
adultos, a pancreatite crônica parece ter sido causada pelo alcoolismo. Essa
forma é mais comum em homens, e geralmente desenvolve-se entre os 30 e 40 anos.
Pancreatite hereditária geralmente começa na infância, mas pode não ser
diagnosticada por vários anos. Uma pessoa com pancreatite hereditária
geralmente tem os sintomas típicos que vão e vêm. O episódios duram de 2
dias a 2 semanas. Um fator determinante no diagnóstico de pancreatite
hereditária é a presença da doença em dois ou mais membros da família em
mais de uma geração. Tratamento para ataques individuais são geralmente os
mesmos da pancreatite aguda. Cirurgia geralmente pode aliviar a dor e ajudar a
administrar as complicações.
Outras causas de pancreatite são:
* Condições congênitas, como pancreas divisum.
* Fibrose cística.
* Altos níveis de cálcio no sangue (hipercalcemia).
* Altos níveis de gordura no sangue (hiperlipidemia ou hipertrigliceridemia).
* Alguns medicamentos.
* Algumas condições auto-imunes.
Sintomas
da pancreatite crônica
A maioria das pessoas com pancreatite crônica tem dor abdominal, embora alguns
não sofram dor nenhuma. A dor pode ficar pior quando a pessoa come ou bebe,
espalhando-se para as costas ou ficando constante e desabilitante. Em certos
casos a dor abdominal vai embora à medida que a pancreatite progride, provavelmente
porque o pâncreas não está mais fazendo enzimas digestivas.
Outros sintomas incluem náusea, vômito, perda de peso e fezes gordurosas.
Pessoas
com pancreatite crônica geralmente perdem peso, até quando seu apetite e
hábitos alimentares estão normais. A perda de peso acontece porque o corpo
não secreta enzimas pancreáticas suficientes para quebrar os alimentos, então
os nutrientes não são absorvidos normalmente. Digestão ruim ocasiona
excreção de gordura, proteína e açúcar
nas fezes. Se as células produtoras
de insulina do pâncreas forem danificadas, pode-se também desenvolver diabetes
nesse estágio.
Diagnóstico
da pancreatite crônica
O diagnóstico pode ser difícil, mas algumas técnicas podem ajudar. Os testes
da função pancreática ajudam o médico a decidir se o pâncreas ainda está
produzindo enzimas digestivas suficientes. Utilizando ultra-som, colangiopancreatografia endoscópica retrógrada,
e tomografia computadorizada, o médico pode ver problemas indicando pancreatite
crônica. Tais problemas incluem calcificação do pâncreas, no qual o tecido
é endurecido devido a depósitos de sais de cálcio insolúveis. Em estágios
mais avançados da doença, quando ocorre diabetes e malabsorção, o médico
pode usar alguns testes de sangue, urina e fezes para ajudar a diagnosticar a
pancreatite crônica e monitorar sua progressão.
Tratamento
da pancreatite crônica
O primeiro passo no tratamento da pancreatite crônica é aliviar a dor. O seguinte passo é
planejar uma dieta rica em carboidratos e com pouca
gordura. O médico pode receitar enzimas pancreáticas para serem tomadas com as
refeições se o pâncreas não for capaz de secretá-las em quantidades suficientes. As enzimas devem ser tomadas com cada refeição para ajudar o corpo
a digerir o alimento e recuperar algum peso. Algumas vezes insulina ou outros
medicamentos são necessários para controlar a glicose no sangue. Em alguns
casos, cirurgia é necessária para aliviar a dor. A cirurgia pode envolver o
dreno e alargamento do duto pancreático, ou remoção de parte do pâncreas.
Para diminuir a quantidade e severidade dos ataques de pancreatite, o paciente
deve parar de beber álcool, seguir a dieta prescrita, e tomar a medicação
apropriada.
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