Resposta do
Professor Carlos Gomes Ventura
Iniciar uma criança na atividade de corrida requer uma plena consciência e avaliação, muito equilíbrio por parte do
professor de educação física em parceria com os pais.
Hoje quando falamos em condicionamento físico, nos vem a mente uma pessoa correndo pois isto é Marketing das academias e dos meios de comunicação, no conceito popular não temos mais arremessadores de peso, lançadores de dardo - martelo ou disco, somente corredores, isso é uma falácia.
Muitos jovens, garotos, crianças sentem-se a parte pela constituição do seu biótipo.
Uma criança deve fazer e participar de atividades lúdicas induzidas ou não, sem que haja comprometimento físico e psicológico em função de pressão por resultados ou a necessidade de atender a expectativa dos pais.
A prática deve ser feita levando-se em conta o prazer da criança e de forma que se torne um fator importante na formação educacional, na busca e desenvolvimento de
hábitos saudáveis e preventivos.
A corrida nesta fase pode ser incentivada como um pré-preparatório para as outras
atividades físicas, futebol,
tênis, etc, atenuando a possibilidade de ocorrência de problemas de contusões, cansaço, etc.
Quanto ao volume de atividade que deve ser solicitado a um jovem depende da análise da condição individual com o aval do médico esportivo, não devemos nos aventurar em cargas com atividades incompatíveis no universo de cada praticante, levando se em conta que nestas faixas etárias temos apenas candidatos a atletas e a especialização precoce pode promover danos irreparáveis a curto, médio e longo prazo.
A evolução física de uma criança pode nos apresentar surpresas, conheci garotos macérrimos e de estatura mediana que após alguns anos estavam com mais de 100 quilos e com altura por volta de 2 metros, tinham inclusive sido promessas como corredores.
Acredito que a prática da corrida deve ser feita em equilíbrio de oxigênio (steady- state) até os 14 anos e a partir daí objetivar metas anaeróbias ou aeróbias para que dos 15 aos 16 anos este jovem passe a fazer treinamentos efetivos naquilo que ele apresentar potencialidade.
Carlos Gomes Ventura
Telefone: (11)3686-5384 - blog: carlosventura8085.blogspot.com - e-mail: cgventura@uol.com.br
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Resposta do
Professor Luis Tavares
Sou um pouco contra a participação competitiva de criança.
Mas sou a favor de uma atividade física sem obrigatoriedade.
Ou seja temos que respeitar a fase que a criança atravessa e não incluir senso de responsabilidade, como treino diários, competições etc.
Os pais tem que estar orientados a incentiva-las a correr como uma brincadeira, um trote leve.
Já observei coisas absurdas em algumas corridas de criança. O maior foi em uma São Silvestrinha que presenciei um pai socando a criança por que ela
não ganhou a corrida e ela chorando frustrada.
Os pais tem que evitar de colocar muita esperança no rendimento de seu filho para não frustra-lo e nem o seu próprio filho.
A nível de treino não tem idade mínima, e o treino tem que ser o mais gradativo
possível, aumentando de acordo com a preparação e a disposição da criança. Poderia começar com 5
minutos de corrida por exemplo. Aconselho 3 vezes por semana de freqüência semanal de treino.
Lembre-se que quanto mais rápido a carga e a evolução de treino maiores possibilidades de se machucar, portanto não tenha pressa na performance do seu filho e use a
psicologia, ou seja sempre o motive e elogie a cada treino
concluído.
Professor Luis Tavares
Telefone: (11)3159-8456 - e-mail: e.c.tavares@uol.com.br
- site: https://www.ectavares.com.br
Resposta do treinador
Nilson Duarte Monteiro
Qualquer idade é ideal para se começar a correr, com uma
ressalva, antes de começar a se aventurar numa corridinha
para manter o corpinho enxuto é fazer um exame médico para
ver se não há nenhuma doença congênita.
O que mais uma criança faz mais na vida? Corre.
O que temos que ter em mente, é que a criança corre para
brincar e não para competir. Porque a maioria dos atletas da
categoria menor e juvenil não chega a idade adulta como atleta? Pelo simples fato de terem sido exigidos como atletas
de verdade, quando na verdade deveriam estar curtindo a infância, adolescência, tipo, brincar, namorar e etc...
Falo isso por experiência própria, meus filhos.
Comecei a treinar os meus filhos na mesma idade em que comecei no atletismo, ou seja, aos 12 anos de idade, era um
treino mais recreativo do que um treino de verdade, só que
eles por serem muito competitivos, queriam treinar de verdade, por mais que eu proibisse. Aos treze anos o meu
filho mais novo participou do primeiro campeonato brasileiro
da vida dele, a partir daí ele tomou gosto pela coisa e eu
fui no embalo, ou seja, começamos um trabalho mais sério, foi
onde eu errei. Esse foi um erro que jamais cometerei de novo,
ele era muito novo para ter o peso da responsabilidade de um
adulto, uma vez que, sendo, ainda, uma criança nunca poderia
ter a responsabilidade de uma competição em nível nacional,
pois ele deixou de ser criança nesse momento, perdendo totalmente sua infância, as brincadeiras típicas da sua idade
para se dedicar ao treinamento sério, sendo privado daquilo
que mais é importante nessa fase da vida, as brincadeiras, a
liberdade, ficando preso a uma rotina que até para nós adultos se torna estressante.
Resumindo essa minha experiência como técnico de jovens, hoje
meu filho com apenas 20 anos de idade, não quer saber de atletismo nem para assistir, que dirá praticar. Agora que
eles deveriam estar começando a entrar no ápice da forma,
desistiram por puro esgotamento mental, quer dizer, está esgotado, não tem mais saco para aturar um treinamento. Nunca
teve uma lesão de verdade, ou um overtraining, mas perdeu o
tesão pelo esporte, por ter sido exigido muito cedo, não digo
pelo treinamento, mas pela rotina de viagens e competições de
alto nível para a idade dele.
Então vai o alerta, qualquer idade é ideal para se começar,
mas muito cuidado com as crianças, nessa fase da vida, o melhor negócio é brincar, a brincadeira faz parte do
desenvolvimento dos pequenos, não queiram que os seus filhos
sejam aquilo que você sempre teve vontade de ser, mas por um
capricho da natureza ou das circunstâncias da vida, não puderam ser. Deixe que eles escolham o que é melhor para
eles, não só no esporte como na vida, o que eles escolherem
dê uma força, mas sem cobrança.
Ah!!! O volume de treino para as crianças, até, que não é
muito importante, a intensidade que é perigoso. O recomendável para as crianças é um treino baseado em 80% de aeróbico e 20% de intensidade.
Nilson
Duarte Monteiro - e-mail: nilsondm@uol.com.br
Resposta do Professor
Luis Antônio Sturian
Sendo bem realista não tenho trabalhos realizados por longo período com crianças para poder mergulhar profundamente nesta questão. Mas tenho sim, alguns exemplos que ocorreram com alguns amigos que foram excelente quando infantis e juvenis, mas
desapareceram quando adultos.
Tenho dúvidas quanto ao volume e quantidade de treinamento imposto as crianças. Quando penso no Ricardo Prado, nosso medalhista olímpico da natação, que em entrevista após ter parado de competir, disse que estava estressado de treinos, tinha passado quase a vida toda olhando azulejos no fundo da piscina, fico pensando que além da carga de treinamento, vem a questão psicológica, podendo ser o primeiro obstáculo nesse caso. Por isso, acho que as crianças enquanto elas estiverem contentes e incentivadas com os treinos tudo bem, mas quando os treinos deixam de ser atrativos, fica complicado forçar para esse lado.
Digo isto por ter filho adolescente de 15 anos, que já foi comigo em quase todas as principais corridas pelo Brasil, como a Volta da Pampulha, Meia Maratona do Rio, São Silvestre e outras, de repente eles tem outros interesses, pontos mais fortes da suas próprias adolescências, ficando difícil querer impor algum ritmo e responsabilidade de treinamentos.
Na realidade vejo a questão psicológica mais complicada do que a parte física, ainda tenho minhas dúvidas, colocar uma carga de treinamento para crianças e adolescentes, deixo para nossos amigos que
respondem nesse espaço, talvez tenham mais experiências nessa questão. Tenho mais um filho de 18 anos que também já me acompanhou, tem muito dom para o esporte, mas está totalmente voltado para outro objetivo, não acredito que posso forçá-lo a tal ponto, puxando a "sardinha para o meu lado" !!! O melhor esporte é aquele em que "TEMOS O PRAZER EM PRATICÁ-LO"...! nosso caso são as corridas, em
outros..... Deixo para vocês refletirem sobre a questão...!
Luis
Antônio Sturian
Tel.:(19) 3434-2545 - e-mail: voutreinar@voutreinar.com.br
- site: www.voutreinar.com.br
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