Resposta do
Professor Luis Tavares
Hoje para ser um corredor em potencial em uma determinada distancia,
não basta simplesmente querer e sim a sua genética.
Um corredor de velocidade possui uma musculatura de fibras brancas e rápidas e os fundistas
fibras vermelhas e de contração lenta. Já o meio fundista possui o meio de cada fibra.
Quem possui as fibras de contrações rápidas acabam tendo uma musculatura mais desenvolvida e são mais fortes para aquentar as explosões das provas curtas. Por isso que os atletas dos 100 m rasos por exemplo nos parecem seguranças de tão fortes. Já os fundistas
são magros e muitas vezes aparentando raquíticos, mas é a características das fibras.
Quando recebo um atleta novo, já analiso esse lado. Se for muito forte pode ser um velocista, se for magrinho talvez um
fundista.
Parto em seguida para um teste geralmente 5000 m para medir a performance e o estilo de
correr e por ultimo o seu rendimento nos tiros e até mesmo as competições.
Para identificar com precisão leva tempo, depois de algumas competições realizadas e treinamentos poderemos analisar a sua performance e adequar corretamente em sua prova corretamente.
Professor Luis Tavares
Telefone: (11)3159-8456 - e-mail: e.c.tavares@uol.com.br
site: https://www.ectavares.com.br
Resposta do
Professor Carlos Gomes Ventura
Identificar um corredor em suas possibilidades em velocidade, fundo e meio fundo é uma tarefa que requer:
· Observação
· Paciência
· Análises diversas
· Faixa etária
· Biótipo
As vezes verificamos um jovem de 1,80m de altura, com características longilinéas e imediatamente pensamos que ele poderia ser um excelente corredor de 1.500m ou observamos um jovem de 1,60m de altura, como provável corredor de maratona.
As observações que podemos ter de uma característica biotipológica podem nos enganar, logicamente com a falta de estruturas cientificas que afetam este imenso Brasil, poucos professores de
educação física ou Técnicos de Atletismo podem acertar na sua projeção, vale muito a experiência, todos sabemos que para cada prova fica evidenciada uma característica de fibra muscular, aí se torna necessária à análise de fibras através de biopsia, como fizemos com a corredora Angélica de Almeida, oriunda da Febem, indicada para correr 400m pelo saudoso Dietrich Gerner, descobridor de Ademar Ferreira da Silva, o departamento médico do São Paulo Futebol Clube dirigido pelo competente médico desportivo Marco Aurélio Cunha, através de exames constatou que ela era portadora de fibras lentas e com grandes possibilidades em provas de longas distâncias, foi o que aconteceu e ela tornou se uma excelente maratonista.
Hoje devemos primeiramente observar o biótipo, a capacidade de reação, aplicar treinos objetivando modificações sobre os tipos de fibras musculares e procurando o equilíbrio dos meios neurológicos, bioquímicos, cardíacos, sócios econômicos e de ambiente.
Durante 10 anos treinei um atleta sem características de velocidade e apenas com trabalho de variação de ritmo estabelecemos marcas recordes durante 17 anos nos 5.000 e 10.000m, da mesma forma com um atleta de 1,65m de altura com características de velocidade estabelecemos 2h 10"30 em 42,195 km, e também com marcas significativas nos 21.097km e 10 km.
Portanto apenas a observação do biótipo não basta, pois devemos entender cada ser humano como um universo totalmente a parte e único.
Na faixa etária de 12 a 14 anos encontramos 14% de características de fibras intermediárias nos meninos e 10% nas meninas, estas fibras podem ser transformadas em lentas ou rápidas de acordo com o treinamento, nesta fase encontramos a definição atlética de velocidade ou de endurance.
Nós professores de Educação Física devemos ter a coragem de arriscar, apenas como lembrança:
uma vez em Brasília um técnico de basquete observou um jovem com características longilinéas e o treinou em meias distâncias , este jovem tornou se campeão olímpico.
Na longínqua Pindamonhangaba, um garoto negro começou a correr e saltar, seu professor identificou como possível potencial no salto em distancia , tivemos um dos melhores triplistas e velocistas do Brasil, tudo isso com os olhos clínicos dos técnicos que acreditam na motivação e desempenho do jovem independente do seu tipo físico.
A análise biotipológica de um atleta é importante, mais importante é o desempenho e a auto motivação. Hoje vemos atletas com características diferentes das provas totalmente diversas de suas habilidades.
É necessário revelarmos um potencial e posteriormente encaminha-lo para sua realidade, primeiro devemos achar a pedra e depois lapidá-la.
Carlos Gomes Ventura
Telefone: (11)3686-5384 - blog: carlosventura8085.blogspot.com - e-mail: cgventura@uol.com.br
Livro
Manual do Corredor - A Grande Pirâmide
Carlos
Ventura é um dos treinadores brasileiros de maior sucesso. Em seu novo livro, Carlão responde às indagações mais comuns entre nós
corredores. A sabedoria de décadas de experiência do Carlão são passadas de forma simples e clara para corredores de todos os níveis de performance.
Saiba mais sobre o
livro...
|
Resposta do treinador
Nilson Duarte Monteiro
Quando eu pegava um atleta para treinar, a primeira coisa que
eu fazia era um teste de 50 metros e outro de 1.000m, pois
não tinha recursos para fazer testes de laboratório para
identificar que tipo de fibras musculares o sujeito era portador, ou seja, fibras rápidas (velocista) e fibras lentas
(fundista) e o meio-fundista é portador dos dois tipos de
fibras, com mais predominância das fibras lentas. Dependendo
do resultado, ele seria velocista, meio-fundista, ou fundista.
Uma coisa temos que ter em mente, velocidade se nasce com ela, meio-fundista nasce com uma velocidade compatível para
essas provas e fundista pode-se construir. Lógico que todos
eles tem que ter talento para se tornar um grande atleta, mas
qualquer ser humano pode se tornar um fundista, já velocista,
não.
Não conseguimos descobrir a especialidade do atleta logo no
primeiro teste. Esse descobrimento vai acontecendo ao longo
do primeiro ano de esporte do sujeito, ou até mais.
Aqui em Brasília tem um velocista, que o começo da carreira
dele foi no fundo, até que um dia o técnico dele resolveu
fazer um teste de velocidade. Pronto, descobriu um velocista
nato escondido num fundista pangaré.
Viu, não tem mistério para se descobrir qual especialidade um
atleta vai praticar. Basta ter sensibilidade e olho clínico.
Boas descobertas a todos.
Nilson
Duarte Monteiro - e-mail: nilsondm@uol.com.br
Saiba
mais:
Qual é o biótipo ideal do corredor de longa distância?