Resposta do
Professor Carlos Gomes Ventura
O doping é uma praga disseminada pelo mundo, onde atletas de inúmeros paises já foram detectados, infelizmente, o Brasil fez parte em 2009 deste quadro desastroso onde inúmeros atletas foram flagrados no uso de substancias dopantes.
A Confederação Brasileira de Atletismo, energicamente tomou atitudes rápidas e procurou punir todos os envolvidos nesta ilegalidade.
O envolvimento com o uso de produtos dopantes promove no individuo males que prejudicam seu corpo e mente, criando uma situação desmoralizadora.
O uso destes produtos acarretam no atleta impotência sexual, câncer, envelhecimento
precoce, desequilíbrio hormonal,desmoralização social e sobretudo um estigma de individuo fora da lei.
Dr. Eduardo Henrique De Rose, nossa referencia internacional sobre doping criou o Código Brasileiro Anti Doping que é atualizado anualmente.
Simplesmente falarmos, sobre o assunto não é suficiente, é importante que nossos dirigentes de todas as modalidades esportivas, nossos técnicos, nossos professores,desde a escola primaria, os pais, divulguem e conscientizem os males que causam o uso de substancias proibidas.
Doping se conceitua como método de alterar o desempenho do atleta e por
conseqüência sua saúde. Um simples xarope comprado em uma farmácia pode ter produtos dopantes, por isso e
aconselhável que qualquer medicamento tenha indicação médica, esclarecendo o médico que
você é atleta.
A melhor condição para melhorar o desempenho em qualquer atividade é a motivação, o positivismo, o treinamento, a disciplina a educação desde criança.
O individuo que se dopa deve ser banido definitivamente do meio esportivo, ele impregna o meio, faz mal a sociedade, é uma figura marcada.
Carlos Gomes Ventura (Carlão)
blog, Telefone: (11)3686-5384, e-mail
Livro
Manual do Corredor - A Grande Pirâmide
Carlos
Ventura é um dos treinadores brasileiros de maior sucesso. Em seu novo livro, Carlão responde às indagações mais comuns
entre nós
corredores. A sabedoria de décadas de experiência do Carlão são passadas de forma simples e clara para corredores de todos os níveis de performance.
Saiba mais sobre o
livro...
|
Resposta do treinador
Nilson Duarte Monteiro
O males são os mais negros possíveis, além da saúde, ele denigre com o cidadão, mostra o caráter da pessoa, ou melhor, o mau-caráter.
Eu penso que não há formas de combatê-lo, o esporte virou um comércio, tanto para o atleta como para os órgãos que regulam o esporte. É tanto dinheiro envolvido que não faz sentido combater essa praga.
Nos esportes, como na vida, muitos atletas preferem o caminho mais fácil para alcançar o sucesso. Nesse caso, recorrem à ajuda das substâncias proibidas.
O único mérito que esses atletas poderão carregar para o resto da vida é que tiveram que treinar duro para alcançar o tão almejado sucesso, mesmo com a ajuda das drogas. Não pensem que é só tomar substâncias proibidas e achar que será um campeão. É preciso treinar duro para essas “porcarias” fazerem o efeito desejado. Outro ponto que podem se orgulhar: é preciso ter talento. O que adianta o “Nilson” se dopar, treinar duro, se não tem talento? Muitos atletas não se dão conta disso. Não chegam onde querem e, ainda por cima, acabam com a saúde.
O doping não é uma ocorrência iniciada há algumas décadas, essa praga vem desde sempre. É uma forma de se alcançar status e sucesso perante a sociedade. Existem várias razões que levam um atleta ao uso de substâncias proibidas, que vão desde a desinformação, passando pela falta de atenção médica especializada, até o consentimento visando interesses econômicos pessoais, cobrança de patrocinadores, vaidade, idade, etc.
Quando o presidente do COI diz que o combate ao doping é uma batalha perdida, ele não está de todo errado. Concordo plenamente. Em tudo na vida há competição e, na maioria das vezes, ela se dá de forma ilícita, seja no trabalho, nos esporte, até nas brincadeiras das crianças. Todo mundo quer burlar as regras de alguma forma, por mais inocente que seja.
Vamos voltar ao doping. Na primeira Olimpíada Moderna, as formas de dopagem eram rudimentares se comparadas com as atuais. Os atletas tomavam estricnina. Outros, vinho em plena maratona. Porém, o primeiro caso detectado em nível laboratorial foi o do ciclista Kurt Jansen, que morreu durante uma prova de estrada nos Jogos Olímpicos de Roma, em 1960. Outro caso foi o do ciclista inglês Tom Simpson, que morreu em 1967, vítima de infarto agudo do miocárdio durante a prova “Mont Ventoux”, na França. Nessas duas ocorrências, a necropsia encontrou substâncias estimulantes do tipo anfetaminas. Foi depois desses acontecimentos que se iniciou o controle antidoping nas competições internacionais e olímpicas. O primeiro controle antidoping aconteceu nos Jogos Olímpicos de 1968, no México.
Os anos 70 falou-se muito em transfusões de sangue entre os corredores de fundo. Atletas retiravam o próprio sangue e o guardavam para ser infetado ás vésperas das competições. Hoje, além da eritropoetina (EPO), a mais nova modalidade de doping é o vampirismo. Atletas de talento estão levando consigo doadores do mesmo grupo sanguíneo para passarem uma temporada treinando em altitudes. Quando voltam para competir, realizam transfusões entre si, evitando, com isso, um flagra nos exames antidoping.
Alguns anos atrás, tivemos o escândalo do Laboratório norte-americano BALCO, que criou a tetrahidrogestrinona (THG). Pois bem, diziam que era um caso localizado, restrito a uma região dos Estados Unidos, ou seja, apenas a atletas que treinavam e eram abastecidos por aquele laboratório. Mas, provou-se que não era um caso localizado, atletas da Inglaterra também eram abastecidos pelo laboratório.
Há muitos anos venho dizendo que não acredito em alguns recordes mundiais, tanto no feminino quanto no masculino. Por vários motivos, poderia até parafrasear a máxima dos anos 60: “sex, drugs and rock & roll”. Mas, no caso do esporte, seria: “sex, drugs and money”.
Vejamos os recordes femininos: 100m e 200m femininos quebrados pela Flo-Jo. Temos, até hoje, uma desconfiança de que foram de forma ilícita (na época o nosso Joaquim Cruz foi execrado pela imprensa norte-americana por declarar a sua desconfiança). O dos 400m e 800m são de atletas da antiga cortina-de-ferro (depois da queda do muro, descobriu-se o programa de doping daqueles países); 1.500m, 5.000m e 10.000m são das chinesas e corredores do mesmo técnico que está banido do esporte por suspeita de dopar suas atletas. Nas provas de arremesso (as que mais apontam incidência de casos de doping) não preciso nem comentar. Na maratona, um caso a ser estudado: a própria atleta que quebrou o recorde solicitou que colhessem amostras de seu sangue e urina para serem testados daqui a alguns anos para que não pairem dúvidas quanto à lisura de sua marca.
Nas provas masculinas, minhas suspeitas também são muitas. Na prova dos 100m, em 1988, o canadense Bem Johnson marcou 9s79 e vimos que foi à base de esteróides anabolizantes. Onze anos depois essa marca foi igualada pelo norte-americano Maurice Greene e superada pelo seu compatriota Tim Montgomery, com 9s78, cliente da Balco. Nos 200m, temos os 19s19 de Usain Bolt. Um atleta que participou daquela prova declarou: “Deus baixou nesse cara”.
Aqui no Brasil temos histórias de atletas que foram flagrados nos exames e que juraram inocência, alegações das mais diversas. Teve atleta que alegou que foi contaminado porque comeu uma feijoada na véspera da competição. Das duas uma, ou ele pensa que somos imbecis, ou estava tão confiante da vitória que não se importou em se alimentar com uma comida totalmente inadequada para uma véspera de competição.
Outro lado que me deixa cético com o combate ao doping é o controle “out of competition”. É fato público que nos controle fora de competição, que deveriam ser uma operação sigilosa, o atleta deveria ser pego de surpresa no treinamento, em casa, onde ele estivesse, para serem colhidas as amostras para o controle. Isso não ocorre. Não só no Brasil, como no mundo todo. A maioria fica sabendo com antecedência quando haverá o tão falado teste surpresa. Onde está a surpresa, pis a lista dos atletas que seriam testados foi mostrada para o primeiro da lista? Tanto, que foi preciso uma caçada humana para testar alguns deles.
Tivemos recentemente o escândalo da equipe chefiado pelo técnico Jayme Neto, porém; Vocês acham que foi o trabalho de combate da nossa confederação que deu resultado? Negativo. O escândalo só veio a tona por causa de uma denúncia anônima.
Um médico brasileiro declarou, numa TV por assinatura: “Nossos atletas não estão na elite mundial por não serem devidamente trabalhados quimicamente. Já que outros países fazem o dever de casa direito, por que deixar os nossos atletas se doparem em fundo de quintal correndo risco de vida? Vamos fazer a coisa cientificamente”.
É por causa dessas histórias que acredito que o combate ao doping é uma guerra perdida. A não ser que todos nós tenhamos uma crise de consciência e acabemos com essa praga, mas aí é acreditar em história da carochinha. O esporte se transformou num negócio extremamente lucrativo e vale qualquer coisa para se ganhar dinheiro, muito dinheiro. Mas, infelizmente, a um custo muito alto: as vidas dos atletas.
Prefiro ver os atletas brasileiros perdedores com saúde, do que campeões que futuramente serão doentes por causa das drogas.
Resposta do
Professor Luis Tavares
São inúmeros os males do doping.
Existem cinco tipos de classes anabólicos: estimulantes, analgésicos narcóticos, agentes anabolizantes, diuréticos e hormônios peptídicos e análogos.
1) Estimulantes: são substancia que apresentam um efeito direto no sistema nervoso central, como aumenta o batimento cardíaco e do metabolismo do organismo, pode gerar um enfarto e outras conseqüências tais como: a falta de apetite, a hipertensão arterial, palpitações e arritmias cardíacas, alucinações e diminuição da sensação de fadiga. Além disso em alguns casos os estimulantes podem provocar a morte de alguns atletas; um exemplo deste último efeito acontece no caso de um atleta que precisa competir durante longos períodos de tempo com temperaturas e taxas de umidade elevadas. A temperatura corporal deste atleta tende a subir facilmente, porém devido aos estimulantes torna-se difícil para o organismo desencadear o processo de refrigeração. Assim o coração e outros órgãos, como o fígado e os rins, são prejudicados, podendo este fato causar a morte.
Os estimulantes mais conhecidos são: as anfetaminas, a cocaína, a efedrina e a cafeína.
2) Analgésicos narcóticos: são as morfinas, e que atuam no sistema nervoso central, muito usado para provas de resistência como maratonas e triátlon, ele mascara a sensação de cansaço e dor, fazendo que o atleta ultrapasse seus limites e tendo graves conseqüências de lesões.
Alguns efeitos colaterais como náuseas, vômitos, depressões, insônia são provocados pelo uso dessa droga.
3)
Agentes anabolizantes: conhecidos como esteróides anabólicos são compostos derivados de um hormônio masculino , a testosterona . Ele tem como função, aumentar músculos e conseqüentemente sua potencia e ainda maior tolerância ao exercício
físico. Destacam os atletas de velocidade, halterofilistas e lutadores de artes marciais.
Os riscos são: crescimento das mamas no homens; esterilidade dos homens e mulheres, diminuição dos glóbulos brancos, hipertensão, etc
4) Diuréticos: são drogas que aumentam a formação e a excreção da urina. Os principais exemplos de diuréticos que encontramos disseminados no esporte são o triantereno e a furosemida, sendo que estas substâncias são utilizadas por atletas esportivos em decorrência de dois fatores que podem provocar: perda de peso e mascaramento de doping.
No caso do efeito da perda de peso citado anteriormente, estas substâncias são usadas de modo a reduzir rapidamente a massa corporal de atletas participantes de esportes onde há categorias de pesos, O boxe, o judô, o halterofilismo e o karatê são alguns exemplos destes esportes. Também são utilizados como tentativa de aumentar a excreção urinária e com isso eliminar mais rapidamente eventuais substâncias dopantes, caracterizando assim o efeito de mascaramento do doping citado anteriormente.
Algumas conseqüências são desidratação, cãibra muscular, doenças renais , alterações do ritmo cardíaco e perda acentuada de sais minerais.
5) Hormônios peptídicos e análogos: são substancias que atuam no organismo de modo a acelerar o crescimento corporal e diminuir a sensação de dor. Como o GH ou HCG, são as substancias mais utilizadas.
Dentre os principais efeitos causados pelo uso deste hormônio destacam-se o aumento da viscosidade sangüínea em decorrência do aumento do número de
hemácias no sangue, a hipertensão arterial, possíveis infartos do miocárdio e cerebral, embolia pulmonar e convulsões.
Concluindo qualquer uso de doping, para melhora de performance é totalmente prejudicial a saúde , encartando de forma precoce a vida do atleta.
Professor Luis Tavares Telefone: (11)3159-8456 - e-mail: e.c.tavares@uol.com.br
- site: https://www.ectavares.com.br
|