Corredores experimentam a vida ao máximo. Sentimos o calor do
sol e o soprar do
vento mais intimamente do que aquele que balança sua cabeça em reprovação para nós dentro
de seu carro com as janelas fechadas. Nosso coração, pulmões e músculos
ficam mais fortes e melhoram nossa performance.
Porém, assim como experimentamos
a essência da vida, também aspiramos litros de ar para nossos pulmões que
podem conter poluentes perigosos. Na verdade, devido ao
grande volume de ar que respiram durante a corrida, corredores urbanos estão expostos
a quantidades muito maiores de poluição do ar do que os
sedentários.
Particularmente
durante o Verão, o corredor urbano prudente deve checar diariamente a qualidade do ar.
Episódios de poluição são freqüentemente causados por inversão de térmica,
na qual o ar mais quente poluído fica preso entres duas camadas de
ar mais frio. As camadas de inversão impedem que os poluentes se dispersem na
atmosfera superior. O Verão também é uma época de prudência porque
exercitar-se no calor aumenta os efeitos nocivos da poluição do ar. Embora o
mecanismo ainda não seja bem entendido, calor e poluição juntos causam maior
redução nas funções pulmonares e na performance da corrida do que
poluição sem calor.
Os tipos mais comuns de poluentes no ar que afetam a performance na corrida
de longa distância são ozônio, monóxido de carbono e dióxido de enxofre. A
resposta do organismo à poluição está relacionada à concentração de
poluentes e ao quanto foi inalado. Há um elevado grau de variação individual
na resposta à poluição, e corredores com asma deve procurar aconselhamento
médico. Vamos examinar os 3 vilões mais comuns no ar.
Ozônio (O3) é formado quando a luz solar reage com emissões de automóveis.
Evidência científica indica que correr com concentração de ozônio maior que
0,16 ppm (partes por milhão) prejudica as funções pulmonares e a performance na
corrida. Correr com concentração de ozônio moderada pode ocasionar tosse,
aperto no peito e falta de ar.
Monóxido de carbono (CO), o poluente mais comum no ar das cidades, é formado
pela queima de petróleo, gasolina, carvão e madeira. Uma vez que sua fonte
principal é as emissões de automóveis, a exposição ao monóxido de
carbono é particularmente alta perto de vias com muito tráfego. O monóxido de
carbono liga-se à hemoglobina nas células vermelhas, o que reduz a quantidade
de oxigênio transportado para os músculos. Evidência científica indica que
correr com concentrações de monóxido de carbono maiores que 25 partes por
milhão pode reduzir seu VO2 máximo e prejudicar sua performance na corrida.
Dióxido de enxofre (SO2) é produzido por refinarias, metalúrgicas e outras
indústrias. Correr com concentrações de dióxido de enxofre maiores que 0,5
ppm pode causar broncoconstrição, respiração difícil e aperto no peito em
asmáticos.
Sabe-se pouco sobre efeitos crônicos do exercício físico em ambiente
poluído. Lawrence Folinsbee, Ph.D., que estudou a poluição e exercícios
físicos durante 15 anos, reconhece que é preciso mais pesquisas para
determinar a relação entre a função pulmonar e exposição habitual de
atletas à poluição do ar. Porém, Dr. Folinsbee adverte que corredores que
treinam regularmente no ar poluído podem sofrer alterações a longo prazo na
função pulmonar.
A melhor estratégia para lidar com a poluição é evitá-la. Da mesma forma
que não se deve correr ao meio-dia no Verão tropical, corredores urbanos devem ter o
hábito de levar em consideração as condições do ambiente. Leia o jornal,
escute o rádio ou procure na internet informações sobre a qualidade do ar na
localidade onde vive.
Como minimizar sua exposição à poluição do ar
1. Corra de manhã quando os níveis de poluição e calor são menores.
2. Evite correr ao lado de ruas movimentadas, particularmente durante a hora do
rush à tarde.
3. Diminua a intensidade do seu treinamento. Correr mais devagar permite que
você respire pelo nariz, o que remove o dióxido de enxofre e alguns outros
poluentes do ar.
4. Se você tiver que competir com ar poluído, diminua o aquecimento para
minimizar a exposição antes da corrida.
5. Treine dentro de casa ou na academia se a poluição do ar for perigosamente
alta.
6. Se não tiver a opção de treinar dentro de casa ou na academia, pule o
treinamento em dias de muita poluição.
7. Tome antioxidantes como
vitaminas E e C. Há evidências preliminares que
antioxidantes ajudam a reduzir os efeitos danosos da poluição.
Correr
é a melhor forma de melhorar seu condicionamento físico e saúde mental.
Porém, se você mora em um ambiente que tem níveis potencialmente perigosos de
poluição, faça um favor à sua saúde ao minimizar a exposição durante
episódios de muita poluição. Com algum planejamento e bom senso você pode
aproveitar sua corrida onde quer que more.
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