O suor é eliminado pela pele a todo momento. Produzido em maior quantidade quando o clima está quente, quando praticamos atividades físicas ou quando estamos próximos a alguma fonte de calor. O excesso de peso e alterações do estado emocional são fatores que podem aumentar a produção do suor, cujas principais funções é a de manter o equilíbrio térmico do nosso corpo além de participar ativamente do processo de manutenção da hidrtação da pele.
Percebemos maior sudorese nos dias mais úmidos por conta de uma menor evaporação do mesmo quando chega à superfície da pele. Em dias mais secos a tendênia é a de que o suor produzido evapore quase que imediatamente à sua eliminação pelos poros.
Suar é uma condição natural, porém pode se tornar um incômodo importante quando ocorre em excesso. É natural suarmos mais no verão ou quando praticamos atividades físicas, porém há pessoas que suam em demasia independente da época do ano ou de fatores que façam a temperatura corporal elevar-se. Nestes casos temos a presença da hiperidrose, quadro que se caracteriza com a produção de um suor frio, relacionado ao estímulo promovido por algumas substâncias químicas de origem nervosa, como a acetilcolina, e que pode se manifestar de forma generalizada ou localizada.
A hiperidrose localizada, como manifestação relacionada ao estado emocional, normalmente ocorre mais em pessoas com tendência à ansiedade ou que costumam ser mais agitadas. As áreas mais comuns de acometimento costumam ser mãos, axilas e pés e normalmente incomodam pelo desconforto psicosocial que acompanham o quadro.
Como exemplo citamos situações como entrevistas de emprego, encontros afetivos, reuniões, apresentações de seminários e palestras frequentadas pelo paciente que normalmente acabam sendo acompanhadas de um aumento da sudorese de mãos ou axilas. No caso das mãos o desconforto se manifesta de forma mais intensa no momento do aperto de mãos, uma vez que seu entevistador, interlocutor ou cliente pode interpretar ao contato uma certa insegurança ou nervosismo ao perceber a mão úmida e fria de quem sofre com a hiperidrose. No caso de reuniões, apresentações, palestras e encontros afetivos a sudorese em axilas pode ser um limitante, uma vez que umedecendo a roupa do paciente próximo às axilas poderá ser interpretada como sinal nervosismo ou, como relatam os próprios pacientes, como falta de higiene.
Nos pés a hiperidrose torna-se mais desconfortável para mulheres que usam salto e que podem sofrer riscos de escorregões, quedas e traumas em tornozelo ou membros inferiores. Nos que utilizam sapatos fechados a hiperidrose pode favorecer o quadro conhecido como bromidrose que é caracterizado como mal cheiro nos pés.
Tratamentos para a hiperidrose podem ser realizados de forma mais simples ou complexa, paliativos ou definitivos, dependendo do desconforto ou da necessidade do paciente. São opções os produtos antiperspirantes para serem aplicados nas áreas de maior sudorese, sistemas de ionização (que utilizam corrente galvânica), que agem temporariamente na redução da liberação de mediadores químicos que produzem suor em certas áreas do corpo, medicamentos que diminuem a ansiedade ou o nervosismo, cirurgia da hiperidrose e até mesmo a toxina botulínica.
Esta última, conhecida comercialmente como Botox® ou Dysport®, costuma ser uma opção interessante para aqueles que querem resultados rápidos e duradouros sem ter a necessidade da utilização de produtos para uso diário ou semanal.
Apesar do custo um pouco mais elevado a toxina botulínica, que age inibindo a liberação do mediador químico acetilcolina nas áreas de maior sudorese, é uma opção que promove redução intensa do suor com uma duração que pode variar de 6 a 10 meses dependendo do paciente.
Outro motivo pelo qual os pacientes podem preferir a toxina botulínica é a não necessidade de se expor a um procedimento cirúrgico para correção da hiperidrose.
A aplicação da toxina botulínica, realizada em consultório médico, é acompanhada de anestesia local com creme anestésico e costuma ser rápida. Em cerca de 2 a 3 dias o paciente já começa a peceber redução da produção do suor na área tratada e ao final de 5 dias o resultado já se mostra em sua totalidade. No mesmo dia da aplicação o paciente pode voltar para seu trabalho e continuar suas atividades, o que torna esta opção terapêutica bastante atrativa.
Mais do que isto, a sensação de conforto por não estar suando exageradamente tranquiliza o paciente que acaba tendo como benefícios o ganho de confiança e uma melhora na sua auto-estima.
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