Transtorno bipolar ocasiona variações de humor extremas

Pessoa com transtorno bipolar - NIH

A maioria das pessoas sente-se feliz e animada em alguns dias e menos em outros. Porém, se essas mudanças de humor duram por uma semana ou são mais severas - tornando difícil dormir, se concentrar ou trabalhar – isso pode ser sinal de transtorno bipolar.

O transtorno bipolar não só prejudica relacionamentos, mas também afeta seu desempenho e torna difícil manter um emprego. Ele também pode ser perigoso.

Pessoas com transtorno bipolar - também chamado de doença maníaco-depressiva - passam por mudança extremas de humor, energia e comportamento. Esses episódios de alteração de humor podem duram por uma ou duas semanas, alguma vezes até mais, com sintomas diários que persistem na maior parte do dia.

PUBLICIDADE

Algumas vezes, pessoas com transtorno bipolar ficam muito tristes e bem menos ativas. Elas têm problema de concentração, esquecem coisas e perdem interesse em atividades divertidas. Pessoas com transtorno bipolar podem até tentar se ferir ou se matar. Isso é chamado depressão.

Pessoas com transtorno bipolar também passam por períodos de felicidade incomum. Elas ficam mais enérgicas e ativas do que o normal. Ficam impulsivas e tomam muitos riscos. Elas podem fazer coisas que ocasionam perda do emprego, do companheiro ou de dinheiro. Isso é chamado mania. “Elas não vêem consequências para seu comportamento”, explica Dr. Carlos A. Zarate do National Institute of Mental Health (NIMH). “Ou vêem, mas não se importam”.

Transtorno bipolar é comum, mas é difícil precisar o quanto. “Há uma variedade de doenças que são similares ao transtorno bipolar, mas com alterações menos severas”. Diz Dr. Francis J. McMahon do NIMH. Pesquisadores estimam que transtorno bipolar afete quase 6 milhões de adultos norte-americanos. Crianças e adolescentes também podem ter transtorno bipolar.

PUBLICIDADE

Os pesquisadores estão obtendo novas pistas sobre o que ocorre no cérebro de pessoas com transtorno bipolar. Por exemplo, pessoas com transtorno bipolar parecem ter formas diferentes de perceber emoções nas faces dos outros.

Uma área que parece ter influência no transtorno bipolar é a amídala no cérebro. “A amídala nos diz ou que no ambiente é emocionalmente importante”, diz Dra. Ellen Leibenluft do NIMH. “Parece que age diferente em pessoas com transtorno bipolar, tanto em adultos como em crianças. Vemos uma atividade aumentada na amídala em resposta a gatilhos emocionais no ambiente”.

Cientistas também estão encontrando pistas nos genes. “Já sabemos por mais de 50 anos que a maioria dos casos de transtorno bipolar é causada pelos genes”, diz Dr. McMahon. “Porém tem sido difícil definir precisamente quais genes específicos são responsáveis pelo transtorno”.

Os cientistas sabem que o transtorno bipolar tem influência genética grande através de estudos com gêmeos. Quando um gêmeo idêntico tem transtorno bipolar, o outro gêmeo, que tem o mesmo DNA, também tem transtorno bipolar em 60% a 80% das vezes. Gêmeos não idênticos, que compartilham somente em torno de metade do DNA, tendem a ambos terem transtorno bipolar somente em 20% das vezes. “Isso nos diz que em torno de 2/3 do risco para transtorno bipolar pode ser explicado pelos genes”, diz Dr. McMahon.

Dr. McMahon e colegas estão comparam os genomas de pessoas com e sem transtorno bipolar, procurando variações genéticas que aparecerem mais frequentemente em pessoas com o transtorno. “Encontramos 3 ou 4 genes consistentemente associados ao transtorno bipolar”, diz Dr. McMahon. Porém, os genes que os pesquisadores descobriram até agora somente aumentam o risco para transtorno bipolar de 10% a 20%. Dr. McMahon diz que muitos outros genes também devem estar envolvidos.

Caso os cientistas consigam identificar quais alterações genéticas ocasionam transtorno bipolar, eventualmente serão capazes de elaborar testes mais precisos e melhores tratamentos.

As pesquisas também podem desvendar formas de diminuir o risco para transtorno bipolar. “Mesmo em gêmeos idênticos, que possuem genes iguais, um terço consegue escapar da doença por motivos que não entendemos”, diz Dr. McMahon. Experiências de vida e outros fatores não genéticos podem estar envolvidos, mas há pouco conhecimento sobre qual seriam eles.

Ainda que não exista cura para o transtorno bipolar, o tratamento pode ajudar a prevenir episódios e controlar os sintomas. Diferentes tipos de medicação podem ajudar.

Caso ache que você ou algum membro da família tenha transtorno bipolar, procure um médico para avaliação. Ter ajuda cedo é realmente importante. “Você não precisa ir primeiro a um psiquiatra, seu clínico pode começar a avaliação”, diz Dr. McMahon.

Caso seja diagnosticado com transtorno bipolar, estude o máximo sobre isso, diz Dr. Zarate. “Como paciente você pode tomar responsabilidade sobre sua doença e deve fazer o que puder para ficar bem”, ele diz. “É importante ter um bom sistema de apoio de amigos e familiares”, adiciona Dr. Zarate. Eles podem ajudar a entender os sinais de um episódio e o que fazer quando o identificarem.

Seja paciente. “As pessoas alguma vezes ficam frustradas”, diz Dr. Zarate. “Esses tipos de medicamentos não funcionam da noite para o dia”. Podem levar várias semanas para controlar os sintomas, e muitos meses até o transtorno estabilizar. Então siga o tratamento e mantenha contato com seu médico. Não se envergonhe em pedir ajuda. Com tratamento, você pode ter uma vida de sucesso.

Saiba mais:
Transtorno Bipolar - Sintomas, tratamento e causas
Transtorno Bipolar ou Psicose Maníaco Depressiva
Depressão - Tipos de transtornos depressivos: distimia
Psicose - Sintomas e tratamento do psicótico
Alucinação - Alucinações visuais, auditivas
Psicopata e Psicopatia
Síndrome do Pânico
Esquizofrenia - O que é, causas, tratamento


PUBLICIDADE


Gostou desse artigo? Então você pode recomendá-lo com o Google +1:


Use a busca abaixo para encontrar o que deseja em mais de 5 mil páginas sobre esporte, saúde e bem-estar:

Créditos:
Tradução: copyright © 2016 por Helio Augusto Ferreira Fontes
Texto: NIH - National Institutes of Health