Com o verão chegando, somos constantemente lembrados de entrar em forma para a época de calor e praias. As revistas oferecem
dicas para
emagrecer. Modelos magras mostram corpo que parecem impossíveis de conseguir. Podemos ficar motivados para perder alguns quilos, mas a maioria de nós não leva essas mensagens da mídia muito seriamente. Porém, para pessoas com transtornos alimentares, a busca incansável pelo corpo ideal pode ter consequências graves, que podem até ser mortais.
Cientistas acreditaram por muito tempo que os transtornos alimentares eram primariamente engatilhados por pressões culturais ou psicológicas. “Porém, durante a última década, tem ocorrido uma revolução sobre os fatores que levam aos transtornos alimentares”, diz Dra. Cynthia Bulik, diretora do Programa de transtornos Alimentares na Universidade da Carolina do Norte. “Agora temos evidência do papel significativo que os genes podem desempenhar”. Pessoas que são geneticamente vulneráveis podem ser mais influenciadas pelas pressões culturais. “Elas pode começar uma dieta radical ou a comer compulsivamente, isso pode
colocá-las no caminho para um transtorno
alimentar”, diz Dra. Bulik.
O resultado é que, quando se olham um espelho de corpo inteiro, pessoas com transtornos alimentares levam a autocrítica ao extremo. Elas focam excessivamente no peso e forma do corpo. Elas têm uma necessidade fora do controle de comer ou excessivamente ou muito pouco.
Dados precisos sobre o número de pessoas com transtornos alimentares podem ser escassos. Em 2007, os cientistas de Harvard divulgaram os resultados do primeiro estudo nacionalmente representativo sobre os transtornos alimentares nos EUA. Eles descobriram que 4,5% dos adultos tiveram problemas com transtornos alimentares em algum ponto da vida. O estudo também encontrou um número surpreendentemente elevado de homens com transtornos alimentares.
Os que são transtornos alimentares
Transtornos alimentares são condições complexas. Os três mais conhecidos são anorexia nervosa, bulimia nervosa e compulsão alimentar periódica.
Anorexia nervosa
Anorexia nervosa é o transtorno alimentar menos comum, porém o mais mortal dos três citados. Pessoas com esse transtorno ficam perigosamente magras, frequentemente limitando severa a ingestão de alimentos, exercitando-se excessivamente ou usando vômito induzido, laxantes ou outras técnica purgantes. A subnutrição pode ocasionar osteoporose e anemia. As mulheres param de menstruar.
Bulimia nervosa
Pessoas com bulimia nervosa frequentemente têm peso normal. Elas sentem uma necessidade incontrolável de comer grandes quantidades de comida e então compensam vomitando, jejuando ou exercitando excessivamente. Dra. Susan Z. Yanovski, diretora do Programa de Obesidade e Transtornos Alimentares do NIH (National Institutes of Health), diz: “bulimia nervosa pode causar problemas médicos, como irregularidades cardíacas dificuldades no sistema digestivo”. Ela ainda acrescenta: “O vômito autoinduzido pode eliminar o esmalte dentário”.
Transtorno de compulsão alimentar periódica
O transtorno de compulsão alimentar periódica também envolve episódios frequentes de alimentação compulsiva, mas sem os comportamentos compensatórios vistos na bulimia nervosa. Dra. Yanovski diz : “como pode imaginar, se a pessoa come frequentemente grandes quantidades de calorias sem compensar de outras formas, ela ganhará peso; por isso o transtorno de compulsão alimentar periódica é geralmente associado com obesidade”. Essa associação com
obesidade pode elevar o risco para diabetes, AVC, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer.
O estudo de Harvard descobriu que a compulsão alimentar periódica é o transtorno mais comum dos 3 citados, afetando quase 3% da população nos EUA. Em contraste, anorexia nervosa afeta 0,6% e bulimia nervosa 1%.
Sintomas dos transtornos alimentares
Anorexia nervosa:
* Recusa ou incapacidade de manter pelo menos 85% do peso corporal normal.
* Verificar constantemente o peso
* Escolher cuidadosamente porções pequenas de alimentos e comer somente pouca quantidade.
Bulimia nervosa:
* Episódios recorrentes de compulsão alimentar pelo menos 2 vezes por semanas durante 3 meses.
* Ir a extremos para compensar a alimentação compulsiva, por exemplo forçar o vômito ou abusar de laxantes.
Transtorno de compulsão alimentar periódica:
* Falta de controle ao comer grandes quantidades de alimentos, pelo menos 2 vezes por semana durante 6 meses.
* Experimentar angústia extrema sobre a alimentação compulsiva.
Tratamentos para os transtornos alimentares
Transtornos alimentares são tratáveis. Os tratamentos atuais geralmente envolvem uma combinação de métodos psicológicos e médicos. Os médicos algumas vezes usam
antidepressivos ou outros medicamentos. Porém, somente fluoxetina (Prozac) é aprovada pelo U.S. Food and Drug Administration, para o tratamento de bulimia nervosa.
Dra. Yanovski e colegas esperam desenvolver medidas preventivas para o transtorno de compulsão alimentar periódica ao identificar comportamentos de risco antes que o transtorno se desenvolva totalmente. Dra. Yanovski explica: “se pudermos identificar crianças que ainda não são obesas, mas que possuem problema com a perda de controle na alimentação, elas podem estar em um grupo de alto risco. Estamos procurando formas de intervir para prevenir a obesidade e transtornos alimentares”.
Um caminho para melhores terapias é entender melhor os genes e biologia envolvidos. Estudos de famílias com gêmeos fornecem forte evidência de que os genes contribuem para os três principais transtornos alimentares.
Uma equipe internacional, liderada pelo Dr. Walter Kaye da Univesidade da Califórnia em San Diego, encontrou regiões do DNA que podem ter genes associados com
anorexia nervosa e bulimia
nervosa. Seus achados inspiraram um estudo de 5 anos patrocinado pelo NIH para identificar genes específicos que influenciam o risco para anorexia nervosa.
Dr. Walter Kaye diz que, caso suspeite que alguém próximo possa ter transtorno alimentar, a coisa mais importante é conversar como essa pessoa diretamente. De uma maneira firme e
compassiva, a faça saber que está preocupado com seu bem-estar. Faça o que puder para encaminhá-la para uma avaliação o mais rápido possível.
Dra. Yanovski comenta que a maioria das pessoas com bulimia nervosa ou transtorno de compulsão alimentar periódica, se perguntada
diretamente, admitirá seus comportamentos. Em contraste, pessoas com anorexia nervosa frequentemente negam seus sintomas. Dra. Yanovski diz: “se
indagar a elas por que não estão comendo, provavelmente responderão que não estão com fome ou que já se alimentaram”.
Se você for pai de uma criança com suspeita de anorexia nervosa, não hesite em agir. Dra. Bulik alerta: “uma vez que anorexia nervosa possui a maior taxa de mortalidade de todas as doenças psiquiátricas, ela deve ser sempre levada a sério, nunca assuma que é uma fase passageira.”
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Créditos:
Tradução: copyright © 2015 por Helio Augusto Ferreira Fontes
Texto: NIH - National Institutes of Health
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