Transtornos de ansiedade: quando pânico, medo e preocupações nos dominam

Pessoa com ansiedade - NIH

Todos nós temos preocupações ocasionalmente. Ficamos ansiosos com entrevistas de emprego, nos preocupamos com as contas a pagar, ou ficamos nervosos com reuniões. Essas sensações podem ser normais ou até úteis. Elas nos dão força e energia para nos ajudar a concentrar. Porém, pessoas com transtornos de ansiedade podem ser dominadas por essas sensações.

Transtornos de ansiedade afetam quase 1 em cada 5 adultos norte-americanos a cada ano. Pessoas com esses transtornos têm sentimentos de medo e insegurança, que podem interferir em atividades cotidianas e durar por 6 meses ou mais. Transtornos de ansiedade também podem elevar seu risco para outros problemas médicos, como doença cardíaca, diabetes, abuso de drogas e depressão.

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A boa notícia é que a maioria dos transtornos de ansiedade pode melhorar com terapia. O curso do tratamento depende do tipo de transtorno de ansiedade. Medicamentos, psicoterapia ou combinação de ambos geralmente podem aliviar os sintomas problemáticos. 

“Transtornos de ansiedade são um dos problemas mentais mais tratáveis”, diz Dr. Daniel Pine, neurocientista e psiquiatra no NIH (National Institus of Health). “Ainda assim, por razões que não entendemos completamente, a maioria das pessoas com esses problemas não recebe tratamentos que as poderiam realmente ajudar”.

Um dos tipos mais comuns de transtorno de ansiedade é o transtorno de ansiedade social, ou fobia social. Ela afeta igualmente homens e mulheres. Sem tratamento, fobia social pode durar por anos ou até por toda a vida. Pessoas com fobia social podem se preocupar por dias ou até semanas antes de um evento social. Elas ficam envergonhadas, constrangidas e com medo de serem julgadas. Elas acham difícil falar com outras pessoas. Podem ruborescer, suar, tremer ou sentir dor de estômago quando estão cercadas de outras pessoas.

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Outros tipos comuns de transtorno de ansiedade incluem transtorno de ansiedade generalizada e síndrome do pânico. Essas são duas vezes mais comum em mulheres do que em homens.

Pessoas com transtorno de ansiedade generalizada se preocupam sem parar com questões cotidianas - como saúde, dinheiro, ou problemas familiares - mesmo que saibam que exista pouca razão para preocupação. Elas se assustam facilmente, não conseguem relaxar e nem se concentrar. Elas acham difícil adormecer ou continuar dormindo. Poder ter dores de cabeça, musculares ou outras dores sem explicação. Os sintomas geralmente pioram durante épocas de estresse. 

Pessoas com síndrome do pânico têm episódios de medo súbitos e repetidos – chamados ataque de pânico – que duram por vários minutos ou mais. Durante um ataque de pânico, elas podem sentir que não conseguem respirar ou que estão tendo um ataque cardíaco. Podem sentir também perda de controle. Nem todos que têm ataque de pânico desenvolverão síndrome do pânico. Porém, se os ataques começarem a repetir sem aviso, criando medo de ter outro ataque a qualquer hora, então provavelmente a pessoa tem síndrome do pânico.

Transtornos de ansiedade tendem a ocorrer em familiares. Porém, os pesquisadores não sabem ao certo porque alguns membros de uma família desenvolvem transtornos de ansiedade e outros não. Não foi encontrado nenhum gene específico que cause transtorno de ansiedade. “Muitos fatores diferentes – incluindo genes, estresse e o ambiente – podem ter efeitos pequenos e contribuir de uma forma complexa para afetar o risco de uma pessoa para transtornos de ansiedade”, diz Dr. Pine.

Transtornos de ansiedade em crianças

“Muitas crianças com transtornos de ansiedade podem superar essa condição. Porém, a maioria dos problemas de ansiedade que vemos em adultos começaram durante a infância”. Dr. Pine adiciona.

“Transtornos de ansiedade estão entre os mais comuns problemas psiquiátricos em crianças, com uma estimativa de 1 em cada 3 sofrendo ansiedade em algum ponto durante a infância ou adolescência”, diz Dra. Susan Whitfield-Gabrieli, especialista em imagens cerebrais no Massachusetts Institute of Technology. “Em torno de metade dos transtornos mentais diagnosticáveis começam até os 14 anos de idade, então há muito interesse em descobrir os fatores que poderiam influencias o cérebro nos primeiros anos da adolescência”.

Dra. Whitfield-Gabrieli está lançando um estudo para criar imagens de ressonância magnética do cérebro de mais de 200 adolescentes entre 14 e 15 anos, com e sem ansiedade ou depressão. Os cientistas então analisarão que estruturas cerebrais e atividades poderiam estar relacionadas a essas condições. 

Pesquisas e tratamentos para transtornos de ansiedade

Dra. Whitfield-Gabrieli e colegas têm mostrado que análises das conexões cerebrais poderiam ajudar a prever quais adultos com fobia social provavelmente responderiam ao tratamento com terapia cognitiva comportamental. Esse é um tipo de terapia conhecido por ser eficiente para pessoas com transtornos de ansiedade. Essa terapia ajuda as pessoas a mudar seus padrões de pensamentos e como reagem a situações que provocam ansiedade. Porém, ela não funciona para todo mundo.

Outros pesquisadores estão estudando nossas emoções e capacidade de nos ajustarmos a elas. “Queremos entender não somente como as emoções podem nos ajudar, mas também como elas podem criar dificuldades se estiverem na intensidade errada ou no tipo incorreto para determinada situação”, diz Dr. James Gross, psicólogo clínico na Stanford University.

Todos usamos diferentes estratégias para ajustar nossas emoções, frequentemente sem pensarmos nisso. Se alguma coisa o deixa nervoso, você pode tentar atenuar essa emoção para evitar explodir. Se alguma coisa o incomoda, você pode tentar ignorá-la, modificá-la ou evitá-la totalmente.

Porém, essas estratégias podem ficar perigosas com o tempo. Por exemplo, pessoas com fobia social podem decidir evitar ir a uma conferência profissional que as poderia deixar ansiosas. Isso as faz perderem oportunidades no trabalho e chances de encontrar pessoas e fazer amigos.

Dr. Gross e colegas estão examinando as diferenças de como pessoas com e sem transtornos de ansiedade regulam suas emoções. “Estamos descobrindo que terapia cognitiva comportamental ajuda em parte porque ensina a pessoa a usar mais efetivamente suas estratégias para regular as emoções”, diz Dr. Gross. “Elas ficam então mais capazes de usar essas estratégias para regular suas emoções na sua vida cotidiana”, explica Dr. Gross.

“É importante saber que há muitos tipos de tratamentos disponíveis, e pessoas com transtornos de ansiedade tendem a ter boas respostas a esses tratamentos”, Dr. Daniel Pine adiciona. Geralmente a melhor forma de começar é conversando com seu médico. Caso o problema seja com seu filho, converse com o pediatra da criança. 

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Créditos:
Tradução: copyright © 2016 por Helio Augusto Ferreira Fontes
Texto: NIH - National Institutes of Health