Treinamento de força é tão benéfico à saúde quanto qualquer outro

Que o exercício físico melhora quase tudo na vida de qualquer pessoa de qualquer idade já é consenso internacional, mas a musculação ainda de vez em quando encontra algumas resistências calcadas em mitos antigos ligados à questão da pressão arterial. Quem anda desinformado se apressa em dizer que a musculação não é boa porque aumenta a pressão arterial e por isso não seria adequada aos hipertensos. Ledo engano. Todas as agências normativas da atividade física incluindo o Colégio Americano de Medicina Esportiva hoje recomendam a musculação até para grupos especiais onde se inclui os hipertensos. 

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Claro, como qualquer atividade física é preciso controlar as variáveis fisiológicas através da freqüência cardíaca e quando possível a pressão arterial, valores que fornecem uma terceira variável que é o duplo-produto dado bastante fidedigno que avalia o consumo de oxigênio do músculo cardíaco. A equação é o resultado da multiplicação da Pressão Arterial Sistólica (PAS) pela Freqüência Cardíaca (FC). Sabemos que cada exercício provoca uma reação diferente nessas variáveis dependendo da intensidade e duração. Nos exercícios aeróbios a resposta normal, tanto da PAS como a FC aumentam quase na mesma proporção o mesmo acontecendo na musculação em séries leves com muitas repetições. Entretanto, em séries pesadas com até 10 repetições, somente a PAS aumenta porque não há tempo hábil para uma resposta de aumento da FC se traduzindo em menores valores de duplo-produto contrariando o mito.

Por exemplo. Digamos que um sujeito esteja correndo numa esteira com uma velocidade próxima ao seu Limiar Anaeróbio. Sua PAS pode estar a 140 x 70 mmHg e sua FC a 170 bpm. O Duplo-Produto então será de 23800. O mesmo sujeito em outro dia pode estar “pegando pesado” com sua PAS chegando a 160 mmHg mas a FC ficará em torno de 110 bpm. O resultado será de 17600. Se sua série for ainda mais pesada sua repetição será menor e o tempo hábil para a FC aumentar será ainda menor. É importante frisar que esse supostamente “pesado” também não chegue a ser tão pesado a ponto de o indivíduo ter que bloquear a respiração tornando-se realmente perigoso. Nesse caso pode entrar ainda mais uma variável de controle da intensidade que é a Escala Subjetiva de Esforço. O peso está fraco, bom ou pesado? Essa avaliação deve ser acompanhada pelo profissional de Educação Física até que o aluno esteja treinado nessa avaliação. Portanto, teoricamente os exercícios de musculação com cargas de 60 a 80% de 1 RM com séries de até 10 repetições são mais seguros para o coração. Se desejamos diminuir o Duplo-produto e consequentemente o esforço cardíaco, ou executamos exercícios que diminuam a PAS ou a FC prescrevendo a intensidade adequada para cada modalidade de exercício. 

Além disso, como medida de segurança o profissional dispõe de alguns artifícios na hora de prescrever determinados exercícios. A postura do corpo vertical ou horizontal interfere nas variáveis fisiológicas. Exemplo. Entre recomendar o supino reto sentado ou deitado é preferível deitado porque a resposta final do duplo-produto é menor e o resultado do exercício na musculatura é o mesmo. Praticamente todos os exercícios destinados aos grandes grupos musculares têm opções de execução em posicionamento menos agressivo ao sistema cardiovascular. Outro exemplo: o agachamento, um dos melhores exercícios para os membros inferiores pode ser substituído pelo leg-press em 45°. O tríceps pode ser feito o testa em decúbito dorsal e assim por diante.

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Outra medida interessante é estimular o método alternado por segmento eliminando os tradicionais intervalos. Ou ainda trabalhar com os circuitos incluindo alguns minutos de atividade essencialmente aeróbia entre determinado número de exercícios principalmente a quem pertence a grupo especial como os hipertensos e/ou cardiopatas.

De qualquer forma, é uma tendência mundial programas de exercícios associando musculação com atividades aeróbias matando, como se diz no popular “dois coelhos com uma cajadada”. Poupa-se tempo executando exercícios seguros para o coração e se ganha força física. Esse assunto foi bem explorado no Simpósio de Medicina Esportiva realizado na UCP no mês passado em Petrópolis R.J. mostrando que quem trabalha dessa forma está no caminho certo.

 

Cartas para: lcmoraes@compuland.com.br

Para Refletir: O caminho da vitória é muito difícil. Dificuldade maior é permanecer no auge. Moraes 2009.
Sobre a Ética: Se a tarefa a ser realizada que tens pela frente não for das mais prazerosas prepare-se para executá-la bem para não sofrer em dobro. Moraes 2009.

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Texto copyright © 2009 por Luiz Carlos de Moraes CREF/1 RJ 003529
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