Vencer a si mesmo no esporte

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Aproxima-se a prova principal de Fernandinho e ele é nervos à flor da pele.

Pede a seu técnico a ficha completa do outro finalista e passa horas analisando as fitas. Avança, volta, dá "replay" em câmara lenta; usa e abusa dos recursos do vídeo só matutando uma forma de derrubar o seu adversário.

Fernandinho joga tênis desde garoto e o seu talento é inegável. Graças a isso é que ele pouco a pouco subiu na pontuação do ranking da sua cidade e agora estava prestes a ser o número um.

Não dormia direito. Afinal, todo mundo dizia que seu adversário era muito bom. Dias antes, nem fora treinar só para assistir seu concorrente treinar.

- Puxa vida! Ele é bom mesmo - Pensava.

Depois do treino do tal adversário as meninas o rodeavam e até dava autógrafos. Fernandinho sonhava com isso. Fama, sucesso, garotas, dinheiro e tudo que essa vitória poderia lhe dar.

No dia do jogo, Fernandinho antes de sair de casa ainda deu uma olhadinha na fita. - Eu vou derrotá-lo... Eu vou derrotá-lo! - Pensava de forma fixa "lá com seus botões".

Bolinha pra lá, bolinha pra cá; aplausos, vaias... Ufa!!! Que jogo difícil!!!

Fernandinho ganhou o primeiro "set" mas no segundo começou a reação do seu adversário. A fita, a fita!!! Fernandinho xingava ele mesmo, discutia com o juiz nas bolas duvidosas... A fita; a fita. Quanto mais ele pensava no adversário, mais errava. No final, a decepção. Fernandinho perdeu feio.

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Já em casa, seu pai que há meses acompanhava de longe o seu comportamento abraçou-o afetuosamente. Era um homem também do esporte e adepto à sábia Filosofia Oriental.

- Pai, onde eu errei?

Com uma caneta, o pai traçou uma linha reta num papel e perguntou:

- Como você pode diminuir esta linha?

Fernandinho pensou, rabiscou, tentou apagar a linha e não chegou a nenhuma conclusão.

O pai pegou a caneta de volta e traçou uma outra linha maior ao lado.

- O que você acha agora da primeira linha?

- Menor, pai; a linha ficou menor.

- Foi aí que você errou o tempo todo, filho. Perdeu muito tempo preocupado com o outro esquecendo-se de aperfeiçoar a sua própria linha tornando-a maior. Você queria simplesmente derrubá-lo por derrubar. Não é legal.

É, na vida e no esporte, algumas pessoas vivem preocupadas com o outro.

Quantos e quantos Fernandinhos a gente encontra por aí... Ambição, cobrança de resultado... No trabalho, também. Por vezes o sujeito com cara de bonzinho, vive "por baixo dos panos" fazendo jogo sujo só para derrubar um colega e até ocupar o lugar dele. Quando procuramos o prazer nas coisas que fazemos, estamos aumentando a nossa linha sem a preocupação com o tamanho da linha do outro.

O sucesso acaba acontecendo naturalmente e, com a ajuda das pessoas. Os pássaros, no alvorecer e no crepúsculo fazem uma linda sinfonia sem a preocupação com as outras aves ao lado. Talvez um canto isolado não tenha graça nenhuma.

Cartas para: lcmoraes@compuland.com.br - Luiz Carlos de Moraes CREF1 RJ 003529

Para Refletir: Não basta apenas querer... Comprometa-se com os seus sonhos!!!

Sobre a Ética - Existe uma grande diferença entre alcagüete e a pessoa que denuncia uma irregularidade de exercício ilegal da profissão ao Conselho de Classe. Acobertar erros pode ser antiético.

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