Se originalmente as receitas mais comuns para tratar de resfriados se resumiam a misturas naturais e caseiras, nas últimas décadas passou-se a acreditar que a solução estaria com a vitamina C. 

A teoria ganhou força a partir da década de 1970, com os livros e a defesa incondicional dessa vitamina por parte de Linus Pauling (1901-1994), ganhador dos prêmios Nobel de Química e da Paz. Mas muitos cientistas têm colocado desde então a questão em dúvida.

Um artigo, que será publicado na PLoS Medicine, coloca mais lenha na fogueira. O trabalho avalia os principais estudos feitos sobre o assunto até hoje e conclui que o entusiasmo público pela vitamina C não se justifica.

Robert Douglas, da Universidade Nacional Australiana, e Harri Hemilä, da Universidade de Helsinki, na Finlândia, analisaram os mais relevantes trabalhos feitos sobre a vitamina C no combate a resfriados nos últimos 65 anos. De acordo com os pesquisadores, 23 estudos em que os participantes costumavam tomar até 2 gramas da vitamina por dia indicaram que não houve diferenças na prevenção do resfriado em relação aos grupos que não ingeriram o suplemento adicional.

Vários dos estudos analisados apontaram que quem costumava ingerir cápsulas de vitamina C ficava resfriado por um tempo um pouco menor do que os outros. Entretanto, para Douglas e Hemilä, a significância da redução é questionável.

Mas os autores encontraram evidências de que a vitamina C pode ajudar a prevenir resfriados em pessoas expostas a esforço físico demasiado ou a temperaturas muito baixas. Na média, o ganho nesses casos foi de 50% nas ocorrências de resfriados. Entretanto, os cientistas sugerem cautela e afirmam que os resultados não podem ser considerados conclusivos.

Quanto ao uso da vitamina para o tratamento do resfriado, os estudos analisados não permitiram verificar qualquer ganho significativo.
Fonte: Agencia Fapesp

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